Levantamento feito pelo Quero Bolsa indica o Ceará com 31,4% dos professores de Ensino Superior autodeclarados negros*. Como o índice do Brasil é de apenas 16%, conforme esse mesmo estudo, isso implica que o estado nordestino tem o dobro da média nacional.
O cenário foi traçado considerando o Censo da Educação Superior de 2018, promovido pelo Instituto Anísio Teixeira, estrutura do Ministério da Educação, do Governo Federal.
Apesar de ter desempenho melhor do que a média nacional, o Ceará ocupa a sétima posição do Nordeste (onde a presença de educadores negros é a maior do país).
O Ceará está à frente apenas dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, cujos índices de representatividade foram de 19,2% e 17,3%, respectivamente. O Maranhão é líder da região, com 42,5% dos professores de Ensino Superior autodeclarados negros.
Nacionalmente, o estado com maior proporção é o Amapá (55,6%). Já o Rio Grande do Sul (2,8%) é o que tem o pior desempenho de equiparação ético-racial no ambiente docente acadêmico.
CONFIRA O RANKING
Amapá – 55,6%
Maranhão – 42,5%
Acre – 41,3%
Piauí – 39,4%
Alagoas – 38,7%
Pará – 37,8%
Bahia – 36,5%
Sergipe – 36%
Pernambuco – 34%
Ceará – 31,4%
Tocantins – 29,4%
Rondônia – 29,3%
Amazonas – 29%
Distrito Federal – 28,1%
Mato Grosso – 23,7%
Espírito Santo – 20,8%
Paraíba – 19,2%
Rio Grande do Norte – 17,3%
Goiás – 16,4%
Minas Gerais – 13,9%
Mato Grosso do Sul – 13,8%
Rio de Janeiro – 8,1%
São Paulo – 6,2%
Paraná – 6%
Santa Catarina – 2,9%
Rio Grande do Sul – 2,8%
* Conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), negros são todos aqueles autodeclarados pretos ou pardos.
O Ceará Criolo publicou o especial Quilombo Acadêmico, no qual repercute a presença de alunos negros em instituições federais de ensino do Brasil. Confira.
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.