É hora de conhecer a história de Madame C.J. Walker, nascida em 1867 com o nome de Sarah Breedlove. Uma mulher preta a frente de seu tempo, que construiu um império no ramo da beleza capilar. Questiona-se como foi possível isso em sua época. De todo modo, pode ser engrandecedor conhecer o legado dela. “A vida e a história de Madam C. J. Walker” (Self Made) estreou no catálogo da Netflix na sexta-feira, 20, e já é uma das mais assistidas neste período de quarentena geral.
O nome desta mulher negra carrega uma profunda história de luta e resistência, que resultou na primeira mulher negra milionária nos Estados Unidos da América (EUA) a construir seu próprio patrimônio. Madame C.J. Walker se tornou uma preta influente em uma época de patriarcado e racismo profundos, mais precisamente nos anos 30 do século passado. A minissérie é biográfica, baseada no livro “On Her Own Ground (Em seu próprio chão)”, da bisneta A’Leilia Bundles.
Filha de negros escravizados libertos que viviam em uma plantação em Louisiana, Walker ficou orfã de mãe e pai aos sete anos. Ela ajudava os pais antes de se mudar para a cidade de St Louis, no estado norte-americano de Missouri, na tentativa de mudar sua realidade. Lá, ela trabalhava como lavadeira, ganhando US$ 1,50, o equivalente a R$ 7,60 por dia na época.
A história é protagonizada por Octávia Spencer (Madame Walker), uma atriz negra premiada, que também atuou na co-produção da série. Em 2018, Octavia Spencer se tornou a segunda atriz negra a ser indicada três vezes ao Oscar e a primeira atriz negra a ser indicada também por dois anos consecutivos. Na trama, diversos acontecimentos ocorrem na vida de Walker devido a uma estrutura machista e racista da época. Ao assistir aos episódios, existe a possibilidade de gerar gatilhos para quem deve ter vivenciado experiências semelhantes.
Na narrativa de Self Made, é perceptível várias problemáticas permeando a vida de Walker. A exemplo de relacionamento abusivo, racismo, machismo e a rivalidade feminina, que acaba sendo um dos focos. E indo na contramão de tudo isso, resta saber se ela superou.
O roteiro foi escrito pela jornalista e artista negra Nicole Jefferson Asher. A maior parte da construção artística da produção passou pelas mãos de pessoas negras. O que torna a condução de história mais fiel à experiência do ser negra e negro nos Estados Unidos na época.
Confira o trailer:
FICHA TÉCNICA
Por si mesma: A história e vida de Madame C.J. Walker (Self Made: Inspired by the Life of Madam C.J. Walker)
Ano: 2020
País de origem: Estados Unidos da América (EUA)
Formato: Série
Gênero: Drama/Histórico/Biografia
Classificação: 16 anos
Duração: 45-49 min por episódio
Número de temporadas: 1
Número de episódios: 4
Criação: Elle Johnson e Janine Sherman Barrois
Direção: Kasi Lemmons
Roteiro: Nicole Jefferson Asher
Elenco: Octavia Spencer, Tiffany Haddish, Carmen Ejogo, Garrett Morris, Kevin Carroll, J. Alphonse Nicholson e Blair Underwood
Produção: DeMane Davis, Eric Oberland e Lena Cordina
Produção executiva: Janine Sherman Barrois, Elle Johnson, Maverick Carter, LeBron James, Octavia Spencer, Mark Holder, Christine Holder, Kasi Lemmons e Jamal Henderson
Distribuição: Netflix
FOTO EM DESTAQUE: Amanda Matlovich/Netflix.
Jornalista. Tem experiência nas áreas de Radiojornalismo (Rádio O POVO CBN), assessoria de comunicação (Defensoria Pública do Estado do Ceará) e webjornalismo e jornalismo impresso (Portal O POVO Online). Trabalhou como voluntária de marketing social na Fundación Sotrali em La Plata, Argentina. Passou pela redação do jornal sul-africano Mail & Guardian como repórter freelancer em Joanesburgo, África do Sul. É preocupada com questões raciais desde os 18 anos, quando se descobriu negra. Tem um pé na Moda.