Uma parceria firmada nessa segunda-feira (4/9) entre Sebrae e Governo do Ceará vai mapear empreendedores negros do estado e oferecer a eles estrutura para desenvolvimento de projetos, promoção de oficinas, formalização e organização do setor. Com isso, pretende-se preparar melhor essas pessoas e projetos para as dinâmicas de mercado e acesso a crédito, bem como instruções para a captação de recursos para os empreendimentos.
Quilombolas, ciganos e povos de terreiro também serão contemplados. “A população negra sempre teve que empreender desde que aqui chegou. Nós temos que atingir os lugares do subemprego, desemprego, precarização e informalidade. Nós podemos mudar essa realidade. Queremos que as pessoas qualifiquem seus negócios e se tornem empreendedores. A gente quer a visibilidade desse potencial”, pontuou a secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira.
Atualmente, 52% dos dos negócios no Brasil são geridos por pessoas pretas e pardas. “Mas ainda é uma economia invisível. É preciso que haja mais visibilidade e espaço para comercialização dos produtos”, ponderou o superintendente do Sebrae, Joaquim Cartaxo.
Para o governador Elmano de Freitas, a parceria é um avanço para a superação do racismo e promoção da igualdade racial no Ceará. “Existe uma injustiça histórica construída no Brasil que devemos agir contra. Nós podemos colaborar para as pessoas melhorarem de renda e de vida. Mas também temos outras dimensões, como a demarcação das terras quilombolas no Ceará, para dar paz e segurança jurídica a essas famílias. É muito importante”, afirmou.
Além do convênio com o Sebrae, a Secretaria da Igualdade Racial (Seir) firmou compromisso com a Secretaria do Trabalho para assegurar empregabilidade formal e diversidade nas organizações a partir de cinco eixos. São eles:
– Promover oportunidades no mercado de trabalho e empreendedorismo por meio do reconhecimento dos projetos coletivos e individuais;
– Implantação de uma plataforma para cadastro específico do perfil desses trabalhadores, como estratégia de inserção destes ao trabalho e geração de renda;
– Criação de banco de dados para raça/cor/etnia, com critérios de autodeclaração dos/as trabalhadores/as usuários/as dos serviços do IDT/Sine;
– Criação de reservas de vagas para pessoas negras e PCT´s nos processos de formação para o trabalho, bem como nos processos de distribuição de créditos e de fomento ao empreendedorismo;
– Realização de formações sobre as relações étnico-raciais e o racismo diretamente com empresas/empregadores.
O secretário do Trabalho, Vladyson Viana, falou sobre a importância de aprimorar as políticas públicas para garantir trabalho e renda com justiça social e racial. “Um dos nossos desafios é estratificar melhor as bases de dados das políticas públicas como, por exemplo, a base de dados do Caged, trazendo o recorte racial. Com isso, podemos fazer o direcionamento e induções que a política pública permite, para garantir equidade racial”, frisou.
Ainda segundo o secretário, outra frente de trabalho é o microcrédito orientado, que será oportunizado aos empreendedores por meio do Ceará Credi. O programa é voltado para empreendedores que exercem ou buscam exercer atividade produtiva de geração de renda, envolvendo produção, comércio e todos os tipos de serviços, com ênfase nos jovens, mulheres e pessoas de baixa renda, seja no meio urbano ou rural.
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O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.