O Ministério Público da Bahia (MP-BA) implementou uma medida que pode ajudar muito na denúncia, mapeamento e combate aos atos de racismo e intolerância religiosa no estado.
Trata-se do aplicativo Mapa do Racismo e Intolerância Religiosa, que pode ser instalado em sistemas operacionais Android e iOS. A ferramenta é gratuita e de manuseio intuitivo.
Com ela, o MP-BA pretende saber exatamente onde acontecem os casos de discriminação racial, intolerância religiosa, injúria racial e racismo institucional para, de posse dos dados, abrir procedimento e, se for o caso, encaminhar para abertura de inquérito policial.
Esse é o primeiro aplicativo do tipo no Brasil e a denúncia pode ser feita de forma anônima.
É uma forma segura e rápida de registrar. A partir daí, o promotor em questão vai apurar e encaminhar o inquérito policial. O registro pode ser feito de forma anônima, mas é importante que a vítima reúna a maior quantidade de informações sobre dados do autor, até fotos e vídeos, para ajudar o Ministério Público a identificar essa pessoa, e assim levar para a polícia, pontua a promotora de Justiça Lívia Vaz.
Bem que o Ministério Público do Ceará (MPCE) poderia fazer o mesmo. Ou algo similar, pelo menos. Seria uma forma de desmistificar do imaginário popular que o estado não tem negros (e o pior: de que não é racista).
Levantamento da Coordenação Estadual de Comunidades Quilombolas do Ceará (Cerquice) reconhece a existência de 85 quilombos em 41 cidades cearenses. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 70% da população cearense se autodeclara negra.
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.