A TV Cultura transmitiu na noite dessa segunda-feira (22/6) uma edição histórica do “Roda Viva”, um dos principais programas de entrevistas da televisão brasileira. Com bancada quase integralmente negra, o centro das atenções foi o filósofo, jurista e professor Silvio Almeida.
Silvio tem sido uma das principais vozes da luta antirracista brasileira. Ganha cada vez mais notabilidade pelos posicionamentos em defesa da educação de qualidade, das políticas públicas afirmativas e da construção de uma agenda pública contra o racismo estrutural que também coloque o povo branco como parte da solução.
Seis pessoas sabatinaram Silvio Almeida: as jornalistas Joyce Ribeiro, Flávia Lima e Paula Miraglia e os professores Thiago Amparo e Paulo Cruz, além da apresentadora Vera Magalhães. Miraglia era a única convidada branca de uma roda de entrevistadores que esmiuçou a fundo a problemática da construção racial brasileira.
Como o Ceará Criolo adiantou na semana passada, a participação de Silvio e a predominância preta na bancada são reflexo de uma mobilização nas redes sociais, notadamente no Twitter, onde Vera Magalhães é bem presente, por mais representatividade na televisão.
A promessa da apresentadora e da TV Cultura é de garantir mais pluralidade de temas, convidados e entrevistadores. O Roda Viva existe desde 1986. Só agora, com 34 anos de existência, começa a abrir os olhos pra necessidade de enxergar o mundo para além da cor de quem está à frente do programa.
QUEM É ELE?
Silvio Luiz de Almeida é natural de São Paulo. Tem 43 anos e ostenta o maior título do mundo acadêmico. Graduado em Direito e Filosofia, é mestre em Direito Político e Econômico e Doutor em Direito. O pós-doutorado foi alcançado na Universidade de São Paulo (USP), uma das mais conceituadas do Brasil. É professor universitário e preside o Instituto Luiz Gama. É autor dos livros “Racismo Estrutural” e “Sartre: Direito e Política.”
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.