O filme Black is King, de Beyoncé, não é sucesso “apenas” de público e da crítica especializada desde que foi lançado, em julho do ano passado. Inspira também discussões no âmbito acadêmico.
A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, vai utilizar a superprodução da cantora, cujo foco é o afrofuturismo, como referência para ministrar o curso Black is Queen: O Divino Feminino em Kush.
Kush é uma sociedade de um território hoje localizado no norte do Sudão. O curso vai, segundo a instituição, discutir “como os antigos africanos do Vale do Nilo entendiam o poder e a presença feminina”. A ementa informa que tratará da “proeminência de deusas e rainhas poderosas no reino núbio de Kush e destaca o status incomumente elevado das mulheres nesta antiga sociedade africana”.
Na carreira de Beyoncé como um todo, o traço feminista é muito forte. Em Black is King, ela chega a dedicar trechos importantes à exaltação da beleza da mulher negra e do papel estratégico que ela cumpre pra sobrevivência e continuação do mundo. Como boa parte do filme da cantora foi filmado na África, aumenta a possibilidade de ser feita uma associação com o contexto nubiano de Kush.
A formação será ministrada pela egiptóloga, nubióloga e arqueóloga Solange Ashby. Ela tem experiência na linguagem e religião no Egito antigo e hoje é professora adjunta do Departamento de Clássicos e Estudos Antigos da Barnard College.
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Confira um trecho de Black is King.
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