A campanha “Ceará sem Racismo – Respeite minha história, Respeite minha diversidade” é uma das 12 finalistas do Innovare 2020. A premiação nacional busca divulgar e difundir práticas que contribuem para o aprimoramento da justiça e cidadania no Brasil. Lançada em novembro do ano passado pelo Governo do Estado, a campanha concorreu com outros 646 projetos de todo o País. O resultado será anunciado no próximo dia 1º de dezembro.
Executada pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Igualdade Racial (Ceppir) da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), a campanha aciona a memória e o sentimento de pertença através das imagens de heróis do Brasil e do Ceará que contribuíram com a nação simbolizando resistência e representação identitária.
O revolucionário Chico da Matilde (Dragão do Mar) e a revolucionária Preta Simoa, mulher negra importante na luta abolicionista do Estado, que teve sua história invisibilizada ao longo dos anos; Cacique Daniel, indígena da etnia Pitaguary que em vida lutou pela garantia dos direitos de seu povo; Mãe Menininha do Gantois, mãe de santo e representação dos povos de terreiro, e Zumbi dos Palmares, líder quilombola de maior influência no país, são as personalidades marcadas na Campanha.
Desde o início, a campanha percorreu 13 municípios cearenses promovendo formação com gestores, servidores públicos e movimentos sociais, de modo a despertar formas de enfrentamento ao racismo estrutural e prestar assessoria aos municípios para o fortalecimento e criação de conselhos de igualdade racial. Nesse período, foram alcançadas 2.100 pessoas de Fortaleza, Horizonte, Maracanaú, Aquiraz, Caucaia, Ocara, Palmácia, Jijoca de Jericoacoara, Sobral, Juazeiro do Norte, Pentecoste, Quiterianópolis e Icapuí. Durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), através das lives e encontros virtuais, foram alcançadas outras 2.987 pessoas de 47 municípios interioranos.
Coordenadora da Ceppir, a professora Zelma Madeira destaca que o Ceará tem se firmado como um dos poucos estados brasileiros com material consolidado e regionalizado sobre o racismo. “Receber esse prêmio é o reconhecimento ao trabalho que desenvolvemos no Estado tanto dentro da máquina estatal quanto na sociedade como um todo em prol da justiça racial e do reconhecimento étnico. Nossa campanha fortalece a luta antirracista ao abrir oportunidade de reconhecimento aqueles que sofrem o racismo, ao tempo em que também dialoga com a sociedade como um todo para que entendam como o racismo estrutural nos afeta”, afirma.
O racismo é crime, existe de forma sistemática no cotidiano e culmina em desvantagens ou privilégios para determinados grupos raciais. Os índices mostram as desigualdades em áreas como educação e mercado de trabalho, pois a taxa de analfabetismo é maior entre os negros (9,1%) do que entre os brancos (3,9%); 64,2% da população desempregada é negra; nos casos de feminicídio, em 61% deles as vítimas são mulheres negras.
Com informações da SPS

Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.