O Canal Brasil celebra hoje, dia 25/7, o Dia da Mulher Negra, Latina-Americana e Caribenha com uma programação que dedica o dia inteiro a elas. São 28 produções entre longas-metragens, curtas e entrevistas dirigidas, produzidas ou protagonizadas por mulheres negras durante quase 24 horas. O filme “Outras”, dirigido por Ana Julia Travia, deu início à mostra às 6h40 e o documentário “Minha Avó Era Palhaça”, de Mariana Gabriel e Ana Minehira, encerra o especial às 4h50 da manhã de amanhã, dia 26.
Entre os destaques estão “Rainha”, protagonizado por Ana Flavia Cavalcanti, “As Boas Maneiras”, com Isabél Zuaa, e o longa “Todos os Mortos”, com participação de Alaíde Costa. A “Faixa Musical” presta homenagem a cantora Elza Soares, que faleceu no início do ano e Cinejornal traz uma entrevista inédita com cinco artistas negras do audiovisual brasileiro, incluindo a atriz Elisa Lucinda, onde discutem o progresso ou o regresso do antirracismo no cinema nacional.
O Dia da Mulher Negra foi instituído no Brasil em 2014, porém, já é celebrado por toda América Latina desde o início do século. Esta data relembra o marco internacional de luta e resistência da mulher negra para reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vivido até hoje por esse grupo que sofre com a discriminação racial, social e de gênero. Para afirmar seu posicionamento de igualdade racial, o Canal Brasil dedica sua programação, neste mesmo dia, ao trabalho de tantas mulheres negras que trazem brilho para o nosso cinema. Dividida em dois blocos, a grade do dia traz mulheres negras na direção e como protagonistas de longas-metragens.
Programação Dia da Mulher Negra
Outras (2017) (22’)
Horário: Segunda, 25/07, às 06h40
Classificação: 14 anos
Direção: Ana Julia Travia
Sinopse: “Mãe, refresco nos olhos do outro é pimenta. Olho e vejo uma mulher miúda e estreita. Gostaria de te alargar os caminhos”. A mãe responde. Relatos e diários de mães e filhas, algumas vivências se parecem, outras são excluídas. Como se entender mulher e negra numa cidade como São Paulo? Como me moldaram ou como posso me libertar desses moldes? Quem sou eu dentro de minha geração? Direção de estreia de Ana Julia Travia, Outras apresenta diversas mulheres e as relaciona como vivências complementares e dissonantes. Seria importante saber quem são as “Outras”? “Não importa o quanto somos ou queremos ser bons, Mais do que resistir, eu preciso existir e ninguém existe sozinho”.
Sem Asas (2019) (19’)
Horário: Segunda, 25/07, às 07h03
Classificação: 10 anos
Direção: Renata Martins
Sinopse: Zu é um garoto negro de 12 anos. Ele vai à mercearia comprar farinha de trigo para a sua mãe e, na volta, descobre que pode voar.
Maria (2017) (17’)
Horário: Segunda, 25/07, às 07h22
Classificação: 12 anos
Direção: Elen Linth
Sinopse: Nascida aos 16, numa cidade ensanguentada por corpos de peito e pau.
Experimentando o Vermelho em Dilúvio (2016) (8’)
Horário: Segunda, 25/07, às 07h39
Classificação: 16 anos
Direção: Musa Michelle Mattiuzi
Sinopse: Uma caminhada-ritual para a estátua de Zumbi dos Palmares, no centro do Rio de Janeiro, num diálogo com a pesquisa de Grada Kilomba sobre a política do discurso negro na economia das plantações.
Rã (2019) (15’)
Horário: Segunda, 25/07, às 07h47
Classificação: 14 anos
Direção: Ana Flávia Cavalcanti
Sinopse: Val e suas duas filhas vivem sozinhas. Em uma madrugada, são acordadas por alguém no portão. Neném Preto, amigo e funcionário do mercadinho, lhe faz um estranho pedido: usar seu quintal para colocar uma carga exótica. Mãe de família, ela hesita, mas acaba cedendo.
Mãe Não Chora (2019) (20’)
Horário: Segunda, 25/07, às 08h03
Classificação: 10 anos
Direção: Carol Rodrigues
Sinopse: Raquel trabalha na defensoria pública mas não consegue entrar com um pedido de pensão contra o pai do filho dela.
Quero Ir Para Los Angeles (2019) (19’)
Horário: Segunda, 25/07, às 08h24
Classificação: 14 anos
Direção: Juh Balhego
Sinopse: Maria é uma menina negra universitária que decide fazer sua primeira viagem internacional, e o destino é Los Angeles. Entretanto, nem sempre o esforço próprio é suficiente para alcançar seu objetivo.
Filhas de Lavadeiras (2019) (22’)
Horário: Segunda, 25/07, às 08h43
Classificação: Livre
Direção: Edileuza Penha de Souza
Sinopse: Histórias de mulheres negras que, graças ao trabalho árduo de suas mães, puderam ir para a escola e refazer os caminhos trilhados por suas antecessoras. Suas memórias, alegrias e tristezas se fazem presentes como possibilidade de um novo destino, transformando o duro trabalho das lavadeiras em um espetáculo de vida e plenitude.
Mãe Solo (2021) (15’)
Horário: Segunda, 25/07, às 09h06
Classificação: Livre
Direção: Camila Lopes de Moraes
Sinopse: “Mãe Solo” é um curta-metragem de documentário que retrata as histórias de duas mães solo, trazendo consigo algumas reflexões essenciais sobre como a responsabilidade na criação dos filhos recai sobre as mulheres e expõem as questões que envolvem a falta de apoio, acolhimento e superação.
Esperando o Sábado (2016) (20’)
Horário: Segunda, 25/07, às 09h21
Classificação: 12 Anos
Direção: Érica Sansil
Sinopse: Rejane, Thamyres e Thaís são mulheres negras e suburbanas que encontram no baile funk um espaço de lazer, mas se deparam com depoimentos intolerantes. A narrativa é sustentada pelo trajeto trabalho x casa x baile, e esses espaços representam as imposições sociais, o confronto com o preconceito, o bem-estar, e o baile funk enquanto válvula de escape diante de um cotidiano estressante.
Um Dia com Jerusa (2020) (73’)
Horário: Segunda, 25/07, às 09h35
Classificação: 14 Anos
Direção: Viviane Ferreira
Sinopse: Sílvia (Débora Marçal), uma jovem e sensitiva pesquisadora de mercado, enfrenta as agruras do subemprego enquanto aguarda o resultado de um concurso público. Jerusa (Léa Garcia) , uma graciosa senhora de 77 anos, é testemunha ocular do cotidiano vivido no bairro do Bixiga, recheado de memórias ancestrais. No dia do aniversário de Jerusa, enquanto espera sua família para comemorar, o encontro entre suas memórias e a mediunidade de Sílvia lhes proporciona transitar por tempos e realidades comuns às suas ancestralidades. Baseado no curta-metragem O Dia de Jerusa (Viviane Ferreira, 2014).
Até o Fim (2021) (92’)
Horário: Segunda, 25/07, às 10h50
Classificação: 14 anos
Direção: Glenda Nicário e Ary Rosa
Sinopse: Geralda recebe um telefonema do hospital dizendo que seu pai pode morrer a qualquer instante. Assim, ela acaba reencontrando suas três irmãs, que não via há 15 anos, num momento de desabafos e reconhecimentos.
Cinejornal
Horário: Segunda às 12h30
Neste Episódio: Simone Zuccoloto conversa com as artistas Elisa Lucinda, Sabrina Fidalgo, Carmen Luz, Shirley Cruz e Maira Oliviera sobre o progresso ou o regresso do antiracismo no cinema nacional.
Vó, a senhora é lésbica? (2018) (17’)
Horário: Segunda, 25/07, às 12h50
Classificação: 14 anos
Direção: Bruna Fonseca e Larissa Lima
Sinopse: Num dos tradicionais almoços na casa da Vó Clarissa, Joana assiste, em choque, seu primo Joaquim soltar a pergunta que dá título ao filme. Para evitar encarar a questão e suas repercussões, ela se desliga daquele momento e passa a revisitar suas memórias de infância naquela casa. Uma figura se destaca dentre essas lembranças: a de Tia Carolina, uma grande amiga de Clarissa, que estava sempre por perto. Aos poucos, Joana entende que a presença constante de Carolina não era apenas por acaso, e não significava para sua avó Clarissa apenas uma amizade. Este passeio pelo passado desperta Joana para a possibilidade de compartilhar mais com sua avó do que havia imaginado.
Baronesa (2017) (71’)
Horário: Segunda, 25/07, às 13h30
Classificação: 16 anos
Direção: Juliana Antunes
Sinopse: Andreia Pereira de Sousa e Leidiane Ferreira interpretam personagens homônimos baseados em suas próprias vivências sem apresentar na tela, no entanto, um registro documental. As vizinhas moram lado a lado na Vila Mariquinhas, favela de Belo Horizonte, e ali trocam confidências, compartilham seus medos e ansiedades e discutem planos para o futuro — com alguma esperança de dias melhores mesmo sem qualquer projeção. A primeira, manicure, junta dinheiro para se mudar para o bairro Baronesa em busca de mais tranquilidade e com medo da constante guerra entre policiais e traficantes na comunidade. A segunda, dona de casa, espera pelo marido encarcerado e cria os filhos com dificuldades. O único homem da trama é Negão (Felipe Rangel), um pequeno traficante local com quem ambas flertam sem grande interesse.
Faixa Musical (75’)
Episódio: Elza Soares – Beba-Me
Horário: Segunda, 25/07, às 14h20
Classificação: Livre
Sinopse: Elza Soares canta diversos sucessos no show Beba-Me.
Filhas do Vento (2005) (85’)
Horário: Segunda, 25/07, às 15h35
Classificação: 14 anos
Direção: Joel Zito Araújo
Sinopse: Numa pequena cidade em Minas Gerais as irmãs Maria “Cida” Aparecida (Taís Araújo) e Maria “Ju” da Ajuda (Thalma de Freitas) têm objetivos bem distintos. A primeira quer se tornar uma famosa atriz e para isto é imperativo que deixe o lugarejo, já a segunda só pensa em namorar. Vivem com Zé das Bicicletas (Mílton Gonçalves), o pai delas, que foi abandonado pela mulher e é muito rigoroso com o comportamento das filhas. Quando ele acusa injustamente Cida de estar se envolvendo com Marquinhos (Rocco Pitanga), o namorado de Ju, ela fica tão magoada que deixa a cidade e vai para o Rio de Janeiro na esperança de ser atriz, e consegue. A vida de cada irmã seguiu seu curso e elas ficam sem se falar por mais de 4 décadas. Com a morte de Zé das Bicicletas, Cida retorna para a sua cidade natal para o enterro do pai. O encontro dela com Ju será inevitável, mas elas têm muita mágoa uma da outra e talvez seja difícil resolver 40 anos em alguns dias.
Todos os Mortos (2020) (118’)
Horário: Segunda, 25/07, às 17h
Direção: Marco Dutra, Caetano Gotardo
Classificação: 14 anos
Sinopse: 1899. As irmãs Soares, da aristocracia paulista, entram em ruínas com a abolição da escravidão. Ao mesmo tempo, a família Nascimento vive numa sociedade sem lugar para negros libertos. Indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim (Alemanha). Melhor trilha sonora, ator (Thomás Aquino) e atriz coadjuvante (Alaíde Costa) no Festival de Gramado.
Alcione – O Samba É Primo do Jazz (2021) (70’)
Horário: Segunda, 25/07, às 19h
Direção: Angela Zoé
Classificação: 10 anos
Sinopse: O filme aborda a trajetória da cantora Alcione, a Marrom, a partir de suas referências artísticas e suingue inconfundível, o início no mundo da música e o vínculo com família e amigos.
O Casaco (2020) (27’)
Horário: Segunda, 25/07, às 20h10
Direção: Ernani Nunes
Classificação: 16 anos
Sinopse: Jovem negra é acusada por vendedora em uma loja de roubar seu próprio casaco. Como não havia nenhum casaco semelhante ao seu na loja, a garota entendeu que estava sofrendo injúria racial e decide prestar queixa na delegacia.
Rainha (2016) (27’)
Horário: Segunda, 25/07, às 20h10
Direção: Ernani Nunes
Classificação: 16 anos
Sinopse: Jovem negra é acusada por vendedora em uma loja de roubar seu próprio casaco. Como não havia nenhum casaco semelhante ao seu na loja, a garota entendeu que estava sofrendo injúria racial e decide prestar queixa na delegacia.
O Nó do Diabo (2018) (128’)
Horário: Segunda, 25/07, às 21h05
Direção: Gabriel Martins, Ramon Porto Mota, Ian Abé e Jhésus Tribuzi
Classificação: 16 anos
Sinopse: Idealizado inicialmente como uma série de televisão, o longa-metragem de terror “O Nó do Diabo” (2018) retrata através de cinco contos completamente distintos e, ao mesmo tempo, interligados, a história da escravidão no Brasil e seus reflexos na sociedade.
As Boas Maneiras (2017) (132’)
Horário: Segunda, 25/07, às 23h15
Direção: Juliana Rojas, Marco Dutra
Classificação: 14 anos
Sinopse: Ana contrata Clara, uma solitária enfermeira, para ser babá de seu filho ainda não nascido. Conforme a gravidez avança, Ana começa a apresentar comportamentos cada vez mais estranhos e sinistros. Melhor longa-metragem pela crítica, atriz coadjuvante e fotografia no Festival do Rio.
Transmissão (15’)
Horário: Madrugada de segunda (25/07) para terça (26/07), à 01h30
Direção: Claudia Priscilla
Sinopse: Linn da Quebrada e Jup do Bairro estão de volta ao Canal Brasil com a 3ª temporada do programa “TransMissão”. Dirigidas por Claudia Priscilla e Kiko Goifman, Linn e Jup, duas plurais artistas trans, comandam um talk show irreverente sobre questões de gênero, sexo e raça, além de outros temas do cotidiano. Por conta da pandemia da COVID-19, o programa foi gravado com as apresentadoras em estúdio, com um novo cenário, de onde conversam com os entrevistados remotamente.
Amor Maldito (1984) (75’)
Horário: Madrugada de segunda (25/07) para terça (26/07), à 01h45
Direção: Adélia Sampaio
Classificação: 16 anos
Sinopse: Duas jovens mulheres, Fernanda, uma executiva, e Sueli, uma ex-miss, se apaixonam e decidem morar juntas. Porém, Sueli se cansa do relacionamento amoroso que leva com Fernanda e envolve-se com um jornalista. A moça engravida do amante e ele o abandona. Em desespero, Sueli se atira da janela do apartamento de Fernanda, que passa a ser acusada de homicídio.
Bixa Travesty (2019) (75’)
Horário: Madrugada de segunda (25/07) para terça (26/07), às 03h05
Direção: Kiko Goifman e Claudia Priscilla
Classificação: 18 anos
Sinopse: Linn da Quebrada, cantora e ativista trans, faz de sua arte e da própria vida um ato político e libertário para a militância LGBTQ+. O documentário coproduzido pelo Canal Brasil em parceria com a Válvula Produções tem a performer como ponto central de uma discussão ampla sobre identidade de gênero, homofobia, fluidez sexual e padrões sociais, tudo isso a partir de uma mescla de momentos que vão desde a vida privada e caseira da artista, encenações em banheiros e saunas até os espetáculos extravagantes por ela realizados.
Alfazema (2019) (24’)
Horário: Madrugada de segunda (25/07) para terça (26/07), às 04h25
Direção: Sabrina Fidalgo
Classificação: 18 anos
Sinopse: É carnaval e Flaviana vive um difícil dilema; como se livrar do amante que se recusa a sair de seu chuveiro?
Minha Avó Era Palhaço! (2016) (52’)
Horário: Madrugada de segunda (25/07) para terça (26/07), às 04h50
Direção: Marina Gabriel e Ana Minehira
Classificação: Livre
Sinopse: Documentário conta a história de Xamego, primeira palhaça negra do Brasil.
O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.