Ceará CrioloCeará Criolo
  • Inicial
  • O Ceará Criolo
    • Sobre Nós
    • Prêmios
    • Mídia Kit
    • Guia de Fontes
  • Notícias
    • Mulher negra
    • Infantil
    • Política
    • Economia
    • Saúde
    • Esporte
    • Cultura
    • Famosos
    • Educação
    • Ceará
    • Brasil
    • Mundo
    • LGBTQIA+
    • Espiritualidade
    • Publieditorial
  • Afrossaberes
    • DicionÁfrica
    • Ancestralidade
    • Fotorreportagens
  • Opinião
    • Artigo
    • Crônicas
    • Leitura Crítica
  • Colunas
    • Afroclassificados
    • AfroGeek
    • Rastros
    • Afrotransfuturista
    • Olhar Preto
    • Psicoterapreto
    • Negra Voz
  • Stories
  • Especiais
    • 85
    • Quilombo Acadêmico
    • Vidas Negras Importam
    • Entrevistas
  • Contato
Facebook Twitter Instagram
Facebook Twitter Instagram
Sexta-feira, Agosto 19
Ceará CrioloCeará Criolo
FINANCIE O CEARÁ CRIOLO
  • Inicial
  • O Ceará Criolo
    • Sobre Nós
    • Prêmios
    • Mídia Kit
    • Guia de Fontes
  • Notícias
    • Mulher negra
    • Infantil
    • Política
    • Economia
    • Saúde
    • Esporte
    • Cultura
    • Famosos
    • Educação
    • Ceará
    • Brasil
    • Mundo
    • LGBTQIA+
    • Espiritualidade
    • Publieditorial
  • Afrossaberes
    • DicionÁfrica
    • Ancestralidade
    • Fotorreportagens
  • Opinião
    • Artigo
    • Crônicas
    • Leitura Crítica
  • Colunas
    • Afroclassificados
    • AfroGeek
    • Rastros
    • Afrotransfuturista
    • Olhar Preto
    • Psicoterapreto
    • Negra Voz
  • Stories
  • Especiais
    • 85
    • Quilombo Acadêmico
    • Vidas Negras Importam
    • Entrevistas
  • Contato
Ceará CrioloCeará Criolo
Home»Ancestralidade»Carolina de Jesus, a poetisa favelada que ganhou o mundo
carolinamaria
Ancestralidade

Carolina de Jesus, a poetisa favelada que ganhou o mundo

Tatiana LimaBy Tatiana Lima12 de Janeiro, 2019Updated:14 de Janeiro, 2019Sem comentários4 Mins Read
Share
Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

“— É pena você ser preta.

Esquecendo-se êles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rustico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto onde põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça êle já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta”.

Um amigo que lia Quarto de Despejo enviou esse trecho dizendo ter lembrado de mim. Fiquei extremamente honrada e emocionada. Eu já sabia da existência de Carolina de Jesus, mas bem pouco. Ainda hoje sei menos do que deveria.

Mineira, ela nasceu em Sacramento, em 1914. Passou por Franca, interior paulista, e depois mudou-se para a capital, São Paulo. Foi aluna do Colégio Allan Kardec entre 1923 e 1924. Moradora da favela do Canindé, passou fome, foi catadora de lixo, auxiliar de cozinha e empregada doméstica. E conseguiu, com apenas dois anos de estudo, reunir em casa mais de 20 cadernos com romances, contos e poesias retratando o cotidiano da comunidade.

O primeiro livro dela foi publicado em 1960. Quarto de Despejo fez um sucesso estrondoso. Teve três edições, 100 mil exemplares vendidos, foi traduzido para 14 idiomas e comercializado em mais de 40 países.

Além de chamar a atenção pelo relato fiel contando o dia a dia da favela, o best seller trouxe para o debate político e social o problema da moradia. Suas vendas ultrapassam 1 milhão de exemplares só no Brasil. Em Portugal, foi censurado pela ditadura de Salazar. Nos Estados Unidos, ganhou destaque na revista Times. Por aqui, virou peça de teatro e chegou a superar Gabriela, de Jorge Amado, e Furacão sobre Cuba, de Jean Paul Sartre, ficando em primeiro lugar na lista dos mais vendidos.

Captura de Tela 2019 01 11 às 17.25.23
Captura de Tela 2019 01 11 às 17.25.23 1

Foi consumida pela classe média como objeto de consumo e depois deixada de lado. “Uma negra, favelada, semi-analfabeta que muita gente achava que era impossível que alguém naquela condição escrevesse aquele livro”, comentou o jornalista Audálio Dantas, em entrevista a EBC.

As demais publicações não tiveram a mesma repercussão. Carolina Maria, como se apresentava às redações antes de o Quarto de Despejo, ainda escreveu Casa de Alvenaria (1961), Pedaços de Fome e Provérbios (1963). Diário de Bitita foi publicado no ano de sua morte, 1977. Suas obras póstumas são Um Brasil para Brasileiros (1982), Meu Estranho Diário (1996), Antologia Pessoal (1996), Onde Estás Felicidade (2014) e Meu sonho é escrever – contos inéditos e outros escritos (2018).

Sonhando em ser cantora e atriz, ainda lançou um disco em 1961 com mesmo título de sua primeira obra e 12 canções de composição própria.

Sua “mini biografia, um recorte de sua vida” – como chama a professora e pesquisadora, Sirlene Barbosa – acaba de ganhar o prêmio especial no festival que é um tipo de Cannes no mundo dos quadrinhos – o Festival de Quadrinhos de Angoulême.

“A história dela é muito triste, muito pesada, muito para baixo. Mas, ao mesmo tempo, ela tem muita força. Então, apesar de ter essa miséria, fome, a situação degradante que ela vivia, por outro lado ela tem muita força e persistência. E supera tudo. Mesmo diante daquelas dificuldades, ela consegue seguir em frente, levantar todos os dias e não desistir. Isso é o principal”, comenta João Pinheiro, ilustrador e roteirista do premiado livro Carolina.

Até os dias de hoje, tentam silenciar Carolina Maria sem lhe dar o espaço devido. Mas a “escritora favelada”, como era conhecida, teima em brilhar conquistando leitores e prêmios mundo afora.

carolina E CLARICE LINSPECTOR 1024x576
Carolina de Jesus e Clarice Lispector.
Tatiana Lima Ceará Criolo
Tatiana Lima

Publicitária. Movida por decibéis, apegada ao escurinho do cinema e trilha o aprendizado de ser uma mulher preta. Trabalhou em agências de Fortaleza e Salvador ao longo de 10 anos. Hoje responde pela Mídia na Set Comunicação, house da Educadora 7 de Setembro.

carolinadejesus literatura poesia quartodedespejo racismo
Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email

Related Posts

Revelação da literatura negra norte-americana, Nathan Harris participa do encerramento da Bienal do Livro de São Paulo

7 de Julho, 2022

Edital Ancestralidades premia pesquisas sobre tecnologia e saberes afro-brasileiros em até R$ 15mil

26 de Maio, 2022

Em casa com os Gil: série sobre família de Gilberto Gil estreia no Amazon Prime

23 de Maio, 2022

Renato Noguera: “O amor é uma agricultura lenta”

2 de Maio, 2022

MV Bill libera a capa do seu novo livro: “A Vida me Ensinou a Caminhar”

16 de Fevereiro, 2022

Tarcízio Silva lança livro sobre racismo algorítmico

14 de Fevereiro, 2022
Add A Comment

Leave A Reply Cancel Reply

Sobre nós
Na contramão do discurso excludente e enervado de clichês da mídia tradicional, o portal Ceará Criolo garante à população negra um espaço qualificado de afirmação, de visibilidade, de debate honesto e inclusivo e de identificação. Um lugar de comunicação socialmente inclusiva, afetivamente sustentável e moralmente viável. Porque negros são seres humanos possíveis e ancestrais. E por isso, queremos nos reconhecer no passado, no presente e no futuro!
Artigos recentes
  • A morte, na perspectiva africana, é tema dos poemas de Maria Dolores Rodriguez
  • Ceará Criolo é selecionado para projeto nacional do Google de jornalismo de qualidade
  • Canal Brasil faz mostra especial em comemoração ao Dia da Mulher Negra hoje (25/7)
  • Dani Nega fala sobre invisibilidade e marginalização de mulheres lésbicas em seu novo single
  • Carlinhos Brown leva para o Carnaval de Londres o primeiro trio elétrico totalmente sustentável da história
QUER SUGERIR PAUTA?

Envie sua sugestão de pauta para nossa redação através do falecom@cearacriolo.com.br ou deixe-nos uma mensagem no formulário abaixo.

Ceará Criolo
Facebook Twitter Instagram
  • Inicial
  • Contato
© 2022 ThemeSphere. Designed by ThemeSphere.

Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.

Gerenciar Consentimento de Cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou aceder a informações do dispositivo. Consentir com essas tecnologias nos permitirá processar dados, como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar adversamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para o fim legítimo de permitir a utilização de um determinado serviço expressamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou para o fim exclusivo de efetuar a transmissão de uma comunicação numa rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenamento de preferências não solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anónimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu Provedor de Serviços de Internet ou registos adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerir serviços Gerenciar fornecedores Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}