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Home»Opinião»Caso Flordelis: e se a pastora branca fosse preta macumbeira?
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Opinião

Caso Flordelis: e se a pastora branca fosse preta macumbeira?

Bruno de CastroBy Bruno de Castro28 de Agosto, 2020Updated:2 de Setembro, 2020Sem comentários4 Mins Read
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Para além da questão criminal, o caso Flordelis expõe uma manifestação preocupante de racismo. E se a cantora gospel, pastora evangélica, líder político-religiosa e deputada federal branca fosse negra e macumbeira? E se o homicídio tivesse acontecido dentro de um terreiro?

Diante desses dois questionamentos, outros tantos surgem: que tratamento o caso receberia da imprensa? Como a opinião pública reagiria a esse perfil de suposta assassina e a esse local? Qual comportamento teriam os parlamentares que estiveram ao lado de Flordelis em inúmeros atos religiosos promovidos por ela no Congresso Nacional? Como o crime estaria sendo tratado pela comunidade evangélica, que tão fervorosamente mobilizou-se há poucos dias contra a interrupção da gravidez de uma menina de dez anos no Recife?

Por conta da prisão de familiares supostamente envolvidos no assassinato de Anderson do Carmo (o marido dela morto, segundo a Polícia, a mando da própria pastora-cantora-deputada), o caso ganhou ampla repercussão. Causou furor nas primeiras horas e ficou no topo dos assuntos mais comentados do Twitter, mas já arrefeceu. E, em todo esse meio-tempo, não se viu uma manifestação que fosse de evangélicos na porta de Flordelis. O argumento pró-vida valeu para condenar uma criança estuprada pelo tio e é ignorado diante de um assassinato planejado e executado a sangue frio. Por quê?

O racismo explica. Muito embora apontada como negra por alguns (devido à cor da pele ser o que social e equivocadamente chamam de “morena”), Flordelis autodeclarou-se branca à Justiça Eleitoral, como prova uma simples busca no Google. Mas fosse ela politicamente posicionada como negra, militante e pertencente a algum povo de terreiro, o silêncio da comunidade evangélica não existiria e o interesse das empresas de comunicação pelo caso estaria em constante alta.

O mais provável seria nos depararmos com inúmeras teorias da conspiração a respeito de seitas, trabalhos, despachos e tudo o mais de estereótipos historicamente impostos às religiões afro-brasileiras. E, somado a isso, a pecha de louca, descontrolada e possuída por algum espírito maligno sempre associada à existência da mulher negra de santo.

O tratamento jornalístico e social dado ao caso de Flordelis evidencia como a prática racista pode adquirir formas diferentes. Na falta de a deputada se autodeclarar negra e ser militante da causa antirracista, a fé que ela professa torna-se o marcador social preponderante para a blindagem acontecer. Inclusive por parlamentares de esquerda.

Fosse a pastora uma mãe-de-santo, com indumentária e tudo, certamente o tratamento ameno não existiria. E até o foro privilegiado seria violado diante de qualquer argumento ligado ao interesse público. Porque para perseguir o povo negro ou assuntos a ele relacionados há sempre brechas em legislações e regimentos internos.

Como Flordelis é evangélica, autodeclarada branca (sempre bom frisar) e nós vivemos em um país no qual a população evangélica só cresce para superar a católica em 12 anos, a Câmara Federal diz apenas, neste primeiro momento, que vai “avaliar o caso”. E que só na próxima semana os líderes partidários devem reunir-se e vão decidir se devem decidir algo sobre o futuro da parlamentar. Sentença que de certo estaria cravada diante de uma mulher negra e macumbeira.

Não se trata aqui de levantar a bandeira de tratamento privilegiado para mulheres negras (macumbeiras ou não) acusadas de um crime tão hediondo quanto o assassinato. Toda e qualquer pessoa deve ser responsabilizada pelos seus atos conforme o que praticou e a dosimetria penal prevista em lei. Com direito a contraditório, defesa e tudo o mais. Direitos humanos são direitos de todos.

O debate é em torno de como uma mulher negra macumbeira já teria sido execrada pela opinião pública antes mesmo de ser submetida a um julgamento, do quanto o terreiro teria sido ainda mais demonizado do que já é no censo comum e do quão incisiva e espetaculosa seria a atuação das empresas de comunicação diante de uma protagonista com perfil tão, digamos, incomum para o padrão branco-cristão. No campo do subjetivo, do imaginário, essa mulher já teria sido morta. Mesmo se fosse inocente.

bb
Bruno de Castro

Jornalista por formação. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, atua como repórter e editor. É também escritor e foi finalista do Prêmio Jabuti 2020. É especialista em Jornalismo Político e em Escrita Literária. Tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais e atualmente cursa mestrado em Antropologia na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

cantora deputada flordelis macumba pastora terreiro
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