Clementina de Jesus, ou Rainha Quelé, é reconhecida como uma das melhores intérpretes da música afro-brasileira. Para homenagear a artista, o Cineteatro São Luiz preparou uma Sessão Sonora neste domingo (11), às 16h30, que inclui a exibição do documentário “Clementina de Jesus: Rainha Quelé”, de Werinton Kermes, seguido de show com as cantoras Paula Lima, Nêga Duda, Nãnãna da Mangueira e Karla da Silva. No palco, elas cantam sucessos gravados pela artista, como “Marinheiro Só”, “Na Hora Da Sede” e “Embala Eu”.
O documentário de Werinton Kermes homenageia a cantora Clementina de Jesus, uma mulher negra e pobre que já cantou com Paulinho da Viola, João Bosco e Pixinguinha, mas despertou pouco interesse por parte das gravadoras musicais. O filme utiliza depoimentos e material de arquivos coletados ao longo de mais de dez anos.
Clementina de Jesus foi influenciada desde cedo pela cultura musical afrobrasileira. Seu repertório é composto de jongos, sambas e partidos-altos. Em homenagem à artista, sobem ao palco do Cineteatro São Luiz as cantoras: Paula Lima, Nêga Duda, Nãnãnã da Mangueira e Karla da Silva.
Os ingressos já estão à venda com preços populares, sendo R$20 (inteira) e R$10 (meia), na bilheteria do equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) e no site da Tudus. Este evento é patrocinado pela M. Dias Branco, Ministério da Cultura e Governo Federal, é uma realização do Cineteatro São Luiz, Maricota Produções e Violeta Filmes.
As cantoras

Cantora e compositora de MPB e funk, Paula Lima lançou o seu primeiro CD, em 2014, dedicado totalmente ao samba. Intitulado O Samba é do Bem, Paula conquistou grande êxito ao se apresentar na Guiana Francesa e no Japão. Esse primeiro projeto dedicado totalmente ao samba rendeu a primeira indicação da cantora ao Grammy Latino. Em novembro de 2015, Paula Lima lançou seu mais novo hit, a música Fiu Fiu. Composta por Pretinho da Serrinha, Gabriel Moura e Leandro Fab, a canção faz Paula retornar às origens do suingue “black” e estará no seu próximo EP, intitulado Samba Soul. O segundo single desse projeto foi lançado em junho de 2016 e se chama “Mil Estrelas”. Em 2016, foi uma das grandes homenageadas na Festa Nacional da Música, um dos maiores encontros musicais da América Latina, que ocorreu na cidade de Porto Alegre.

Rainhas Negras que se encontram na diversidade e no contexto em que se apresentam ao mundo, Rainha Quelé e Nega Duda dialogam entre si, independentes da temporalidade, em suas representações artísticas, religiosas e na vivência diária. Suas representações religiosas caminham entre o Catolicismo de Quelé e o Candomblé de Nega Duda. Ambas dividem a mesma experiência como domésticas, enquanto artistas, foram convidadas a viajar pelo mundo representando grupos culturais tradicionais; Rainha Quelé e Nega Duda têm em suas trajetórias a coincidência presenteada pela vida e o asè dos/as Orixás. Esse projeto musical vem oferecer de forma única um momento especial e importante para o público presente: ouvir a inesquecível produção musical de Clementina de Jesus através da voz de Nega Duda.

Nãnãna da Mangueira é comprometida com a música desde os anos 50, quando cantava nos programas de auditório da Rádio Nacional. Em 1958, mudou-se para o Morro da Mangueira onde construiu grande parte de sua história e conviveu com os grandes nomes do samba brasileiro: Carlos Cachaça, Cartola, Xangô da Mangueira, Geraldo Pereira, Zé Keti e muitos outros.
Na Estação Primeira da Mangueira, aos 13 anos, iniciou como passista, na ala Vê se Entende. Trabalhou com grandes nomes da música e da arte brasileira: Grande Otelo, Carlos Machado, Herivelto Martins, Ataulfo Alves e Monsueto. Em 1965 mudou-se para São Paulo, onde integrou o Conjunto Batucajés, dirigido por Marcos Lázaro, como cantora e passista. Essa foi a grande vitrine que abriu à Nãnãna da Mangueira as portas do mundo: Bélgica, Alemanha, Holanda, Colômbia, Perú e México, onde permaneceu por 3 anos.

Cantora e instrumentista, Karla da Silva, quando menina, vivia nas rodas de violão e de choro que aconteciam no quintal de casa. Em 2007, cantava samba de raiz em meio à boemia dos Arcos da Lapa. O primeiro EP, Festejo e Fé, fez com que a cantora conquistasse mais público e decidisse partir para outro tipo de repertório, com sonoridade mais urbana e suingada a partir de influências do soul e jazz e de cantoras brasileiras como Céu e Vanessa da Mata.
Sessão Sonora
A “Sessão Sonora” nasceu da ideia de se trabalhar a pluralidade das duas linguagens artísticas mais populares no Brasil: o cinema e a música. Expressões artísticas apreciadas por todas as pessoas, de todas as idades e classes sociais, dos gostos mais ecléticos e variados. O projeto também tem sua concepção baseada na afirmação da vocação do São Luiz como um dos poucos Cineteatros do Brasil.
SERVIÇO
Quando: Dia 11/11, às 19h
Onde: No Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 – Centro)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). À venda na bilheteria do Cineteatro e no site da Tudus (com taxa de conveniência).

Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.