A Central Única das Favelas (Cufa) tem movimentado uma legião de voluntários e doadores em prol de famílias em situação de vulnerabilidade durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A mobilização acontece em todos os estados brasileiros.
Só no Ceará, o presidente da Cufa Global, Preto Zezé, estima que pelo menos 28 mil cestas básicas já foram distribuídas a famílias de 174 comunidades de 12 cidades, 120 das quais em Fortaleza – município mais afetado com a doença.
Conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), a capital cearense concentra até esta segunda-feira (20/4) 2.840 casos confirmados e 154 mortes. No Ceará todo, os infectados são 3.484 e os óbitos são 206. E as áreas mais pobres – onde mora a população negra – são as mais afetadas com a letalidade do vírus.
Em Fortaleza, é a Barra do Ceará – no litoral – o bairro com mais mortes. A Prefeitura estima que a localidade tenha pelo menos 900 casos. Contudo, até o momento, apenas 31 foram confirmados. A subnotificação acaba expondo ainda as mais famílias pobres já afetadas pelo isolamento social.
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Muitas tiravam o sustento da informalidade. Com as ruas vazias, ficaram sem renda de forma abrupta. “A gente organizou centros de distribuição. A gente recebe as doações, separa e monta os kits. Como já estamos na favela há muito tempo, a gente já sabe quem precisa e organiza a entrega, focando principalmente em mulheres, mães solteiras com filhos com deficiência ou morando com idosos e fora de programas sociais”, explica Preto Zezé.
Qualquer pessoa pode doar. Basta entrar em contato pelo telefone (85) 997429866. É possível ajudar com alimento não perecível, material de limpeza e de higiene pessoal (especialmente sabão, sabonete, detergente e água sanitária, fundamentais para eliminar o coronavírus) ou mesmo com dinheiro.
A distribuição dos kits é feita semanalmente. A meta é distribuir 500 cestas básicas por semana daqui pra frente. “As áreas de baixo IDH e com infraestrutura crítica são as que estão precisando mais de ajuda. A gente começou essa medida de emergência antes do pânico que tá agora. E a ideia é virar um movimento de direitos civis. Porque depois do corona vai piorar pros pobres. Então, tem que continuar o movimento”, finaliza Preto Zezé.
DOAÇÃO EM DINHEIRO
Caixa Econômica Federal l Banco 104
Agência: 1559-8
Operação: 003
Conta Corrente: 5683-6
CNPJ: 11.664.638/0001-43
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Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.