A Central Única das Favelas (Cufa) lança no próximo dia 24 de setembro um projeto de inclusão digital chancelado pela Unesco que vai conectar 150 comunidades de todo o Brasil. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (14/9) pela coluna do jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Conforme Celso Athayde, um dos fundadores da Cufa, serão distribuídos 500 mil chips para mães que morem nessas favelas e instalados pontos de wi-fi nessas regiões. Com isso, pretende-se levar Internet para dois milhões de pessoas.
O projeto foi batizado de “Mães da Favela ON”, em referência a uma iniciativa já existente da Cufa que durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi fundamental para a sobrevivência de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade social em todos os estados brasileiros.
Com o “Mães da Favela”, a Cufa concedeu auxílio em dinheiro a quem ficou sem renda por conta do isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias e de saúde. Estima-se aí pelo menos R$ 150 milhões entregues – com a ajuda de empresários parceiros – a mulheres arrimo de família. Além disso, a central distribuiu cestas básicas e entregou botijões de gás.
O novo projeto visa reduzir a vulnerabilidade digital dessas famílias. Contará com o apoio da operadora TIM, Alô Social e Comunidade Door. Uma medida importante depois de as favelas sofrerem um verdadeiro apagão de informações no começo da pandemia, o que prejudicou ainda mais a prevenção à Covid-19.
Isso terá impacto direto em duas áreas que nem todo mundo associa diretamente. Athayde explica: “A ideia é facilitar o ensino remoto dos filhos dessas mulheres, que poderão acessar conteúdos educacionais, e também empreender”. Em diversos estados brasileiros, os governos já sinalizam para a retomada das aulas nas redes pública e privada, e há cenários nos quais os pais vão optar pelo ensino à distância.
Celso Athayde adianta que o “Mães da Favela ON” não significa paralisação do trabalho de distribuição de cestas básicas e apoio em outras frentes às favelas brasileiras. Essa é “só” mais uma linha de atuação para tirar da exclusão milhões de pessoas hoje ainda mais vulneráveis do que já são.
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