A morte de Chadwick Boseman ecoou para além da comunidade nerd. Mexeu com o movimento negro como um todo. O ator descansou após quatro anos de luta contra o câncer de cólon, batalha essa que equilibrava com a carreira.
Apesar de acumular várias produções no currículo, Chadwick ganhou destaque ao interpretar T’Challa, o rei de Wakanda em Pantera Negra (2018), um filme de super herói que nos deu uma narrativa distinta sobre o povo preto na grande mídia.
O sucesso da produção foi tamanho entre o público e a crítica (não à toa obteve seis indicações ao Oscar em 2019 e ganhou três delas) que a Marvel anunciou a sequência para o filme na Comic Con do ano passado.
Antes da pandemia, Pantera Negra 2 estava previsto para estrear em 2021. Com a morte do ator, o futuro do monarca de Wakanda nos cinemas ficou duvidoso e os fãs pedem à empresa que o manto seja passado a Shuri (Letitia Wright), irmã de T’Challa. A previsão é de a produção começar em março de 2021.
Outro nome indicado para o trono de Wakanda é Erik Killmonger. O personagem de Michael B. Jordan teve a morte como destino no primeiro filme, numa cena emocionante de luta e reverência aos ancestrais escravizados. Mas há quem diga que, na verdade, o “vilão” ainda está vivo.
A Marvel ainda não se pronunciou sobre a proposta, mas nos quadrinhos a irmã caçula de T’Challa já governou ao lado do rei e dividiu com ele a responsabilidade dos poderes conferidos pela erva coração.
SHURI, A PANTERA NEGRA
Nos quadrinhos, T’Challa não precisou morrer para que a caçula assumisse o manto e o trono da nação africana. Após o primeiro conflito de Shuri contra vilões que invadiram Wakanda, ela passa a treinar com o irmão para substituí-lo caso o monarca viesse a falhar.
Em luta contra o Dr. Destino, T’Challa acaba quase morto e Shuri torna-se rainha de Wakanda e a Pantera Negra enquanto o rei de recupera. A caçula permanece com o manto mesmo depois do retorno do irmão, atuando exclusivamente no país africano e T’Challa fica responsável por encarar batalhas mundo a fora.
COINCIDÊNCIA TRÁGICA
Duas semanas antes da morte de Chadwick, T’Challa aparentemente foi morto na edição #5 da maxissérie Empyre. Na história em questão, o Pantera Negra, atual líder dos Vingadores, está na linha de frente da defesa de Wakanda, que está sob ataque dos Cotati, uma raça alienígena que já conquistou a Lua e agora quer tomar o vibranium da nação africana.
Os magos Cotati se sacrificam coletivamente para abrirem um portal trazendo o vilão Espadachim para o combate no monte em que o Pantera Negra está tentando conter o avanço do exército alienígena. Nesse momento, o vilão atravessa o peito do monarca com a espada e a morte fica clara no diálogo seguinte, quando os invasores dizem que T’Challa perdeu todo o sangue com o golpe.
Porém, nas histórias em quadrinhos de super heróis, a morte raramente é definitiva, ainda mais se tratando do Pantera Negra, que tem sua narrativa perpassada por religiões de matriz afro que retratam o fim da vida como parte de um ciclo natural.
Empyre é uma saga escrita pelo inglês Al Ewing que se reúne em torno dos Vingadores e do Quarteto Fantástico, além dos Krees e Skrulls. A queda do herói wakandiano acontece em um momento importante da vida do monarca, pois ele está exercendo diversas lideranças: o reino de Wakanda, os Vingadores e representante da Terra no Conselho dos Mundos.
Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará, foi repórter no Grupo de Comunicação O Povo. Comentarista do programa Último Tempo, na webrádio Cruzamento da turma da UFC de 2017.2. É formada em balé clássico pela Escola de Ballet Janne Ruth. Gosta de ficção científica, um bom romance clichê e é apaixonada por futebol, super-heróis e arte.