Uma galeria virtual criada por coletivos pretos brasileiros está prestando um importante papel para a demarcação histórica do país. O site chama “Galeria de racistas” e expõe quem foram as personalidades que apoioaram o sistema de escravidão por aqui e ainda receberam homenagens públicas do Estado.
A mobilização é encabeçada pelo site antirracista Notícia Preta, pelo coletivo de Historiadores Negros Teresa de Benguela e por um um coletivo de publicitários pretos que não teve o nome divulgado. Eles reuniram 150 monumentos racistas, que ao longo do tempo, foram instalados por todo o território nacional.
O objetivo do site é expor a verdadeira histórias de escravagistas vistos como heróis, a exemplo de Tiradentes (que teve escravos e nunca se posicionou a favor da abolição). Com isso, os coletivos pretendem promover reflexão nas pessoas e pressão no poder público para a substituição dessas estátuas por peças em homenagem a figuras da resistência negra e indígena.
A galeria reúne fotos, a história e a localização dos monumentos para que qualquer pessoa possa denunciar e exigir reparação histórica. Além disso, um projeto de lei que proíbe novas estátuas racistas foi apresentado. Há registros dessas proposituras nas assembleias legislativas dos estados de São Paulo e da Bahia.
Segundo um dos idealizadores do site, Jorge Santana, a criação da ‘Galeria de Racistas’ é resultado de uma pesquisa feita a partir de quatro categorias: proprietários de escravizados, traficantes de escravizados, entusiastas da escravidão e responsáveis por escravizados.
Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará, foi repórter no Grupo de Comunicação O Povo. Comentarista do programa Último Tempo, na webrádio Cruzamento da turma da UFC de 2017.2. É formada em balé clássico pela Escola de Ballet Janne Ruth. Gosta de ficção científica, um bom romance clichê e é apaixonada por futebol, super-heróis e arte.