O Google, por meio do Doodle, homenageia nesta terça-feira (30/6) Joaquim Pinto de Oliveira (1721-1811). Popularmente conhecido como Tebas, ele nasceu em Santos, cidade de São Paulo, e foi um negro escravizado que se tornou artesão e arquiteto, após ter se libertado da escravidão aos 58 anos de idade. Conhecido ainda como mestre da cantaria, Tebas também é o mesmo nome de uma cidade do Egito Antigo (3.100 a.C.- 30 a.C.).
A razão por ser conhecido como mestre da cantaria é por dominar esse tipo de arte, que consiste em talhar blocos de rocha duras em formas geométricas para construções de edifícios ou muros. O profissional é chamado de canteiro.
Em um de seus feitos, Tebas foi responsável por restaurar uma das catedrais brasileiras, a da Sé, localizada na Grande São Paulo, no Brasil Colonial (1500-1815). Mas somente após 200 anos ele foi reconhecido na qualidade de arquiteto. Outras fachadas de igrejas importantes da região paulista, como a antiga igreja do Mosteiro de São Bento, também passaram pelas mãos dele.
O Doodle (versões modificadas da logomarca do Google) é usado para celebrar datas comemorativas, prestar homenagens e celebrar eventos relevantes. Tebas tem sua história de vida relembrada nessa ferramenta. Há também um livro que conta sua trajetória: “Tebas: Um Negro Arquiteto na São Paulo Escravocrata (Abordagens)”, do jornalista paulista Abilio Ferreira. A obra foi lançada no ano passado.
Jornalista. Tem experiência nas áreas de Radiojornalismo (Rádio O POVO CBN), assessoria de comunicação (Defensoria Pública do Estado do Ceará) e webjornalismo e jornalismo impresso (Portal O POVO Online). Trabalhou como voluntária de marketing social na Fundación Sotrali em La Plata, Argentina. Passou pela redação do jornal sul-africano Mail & Guardian como repórter freelancer em Joanesburgo, África do Sul. É preocupada com questões raciais desde os 18 anos, quando se descobriu negra. Tem um pé na Moda.