Duas maiores forças políticas do Ceará, o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza promovem durante novembro inteiro uma campanha sobre igualdade racial. A mobilização é classificada pelo poder público como “uma grande celebração da resistência e cultura negras.”
Intitulada “Ceará e Fortaleza sem racismo: respeite minha história; respeite minha diversidade”, a campanha marca o mês da Consciência Negra, assim chamado em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20/11, numa referência à morte de Zumbi dos Palmares, mais famoso líder antiescravagista do Brasil.
Com mais de 70% da população autodeclarada negra (preta ou parda) ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ceará nunca teve uma articulação desta magnitude unindo dois entes federativos em torno da causa antirracista. “Essa campanha é um convite para todos entendermos que o racismo é crime e que precisamos ter outra atitude de valorização da diversidade cultural e étnica”, afirma a coordenadora especial de políticas para igualdade racial da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), professora Zelma Madeira.
A campanha promoverá atividades em quase todos os dias de novembro. Toda a programação é gratuita e aberta a qualquer indivíduo que se levante contra o racismo. “O mês da consciência negra é importante contra o racismo, uma luta que não é só dos negros. Precisamos estabelecer uma base educacional e social para combater esse crime. Devemos trabalhar pelo fortalecimento das políticas”, defende o coordenador da de políticas públicas da igualdade racial da Prefeitura de Fortaleza, Sergio Granja.
Serão realizadas rodas de conversa, exibições de filmes, apresentações de teatro, seminários, oficinas, encontros musicais e outros eventos culturais. As atividades acontecem no Centro Cultural Belchior (Praia de Iracema), unidades da Rede Cuca, Cineteatro São Luiz, Porto Iracema das Artes, Centro Cultural Bom Jardim, Centro Cultural Casa do Barão do Camocim, Vila das Artes, Theatro José de Alencar e Centro Cultural Dragão do Mar.
“Quando reunimos dados sobre educação, empregabilidade, expectativa de vida e tantos outros, vemos a necessidade de políticas públicas que trabalhem pela igualdade racial. Ao mesmo tempo, lançamos uma campanha para envolver a sociedade nesse comprometimento de construir um Ceará sem racismo”, pontua a titular da SPS, Lia Gomes.
Acesse aqui a programação completa.

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.