Já está disponível para streaming a 23ª edição do podcast Kilombas, no qual o Ceará Criolo participa do debate sobre “Imprensa, racismo e protestos”. É possível ouvir o programa exclusivamente no Spotify. Se você não tem o aplicativo, basta dar o play abaixo.
O Ceará Criolo foi representado por um de seus fundadores e editor de conteúdo, jornalista Bruno de Castro, que discutiu aspectos da comunicação antirracista com as jornalistas Débora Britto, repórter do Marco Zero Conteúdo, do Recife (PE), e Alice Sousa, repórter do jornal O POVO, de Fortaleza (CE), e membro do Kilombas.
O debate teve como pano de fundo os protestos suscitados pelo assassinato de João Alberto Freitas em unidade do Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, durante abordagem desastrosa de seguranças do estabelecimento em 19 de novembro.
Bruno e Débora analisaram a conduta de agentes de segurança e a cobertura dada pela imprensa às manifestações ocorridas em Fortaleza e no Recife nas horas subsequentes à morte de João Alberto. Na capital cearense, o ato aconteceu em 20/11, na passagem do Dia da Consciência Negra. Três pessoas chegaram a ser detidas, dentre elas membros do Movimento Negro, e levadas à delegacia acusadas de crime de desobediência. O protesto denunciava as condições do sistema carcerário cearense. Já na capital pernambucana, manifestantes pronunciaram-se em 21/11 e também houve intimidação policial.
Em ambos os casos, negros eram a grande maioria dos que protestavam. “Em situações extremadas, todos nós sabemos quem é negro e quem não é. Esses protestos foram prova disso. No dia seguinte ao assassinato do João Alberto, uma mulher branca cometeu diversos crimes numa padaria e sequer ficou presa. Nada aconteceu a ela. A mão do Estado pesa sobre nós, assim como existe uma invisibilização institucional intencional do povo negro”, pontua Bruno de Castro no programa.
O Kilombas é um podcast cearense integralmente produzido por mulheres negras do Ceará com o objetivo de promover debates sobre temáticas étnico-raciais.


O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.