A repórter da New York Times Magazine, Nikole Hannah-Jones, de 44 anos, foi uma das vencedoras do Pulitzer deste ano. A norte-americana ganhou o prêmio na categoria de Melhor Comentário. A outorga é concedida a quem faz trabalhos de excelência no Jornalismo, Literatura e de composição musical.
O anúncio foi feito pela organizadora da premiação, Dana Canedy, em uma transmissão pelo YouTube, a primeira do tipo para esse fim – já que até 2019, anualmente em abril, uma cerimônia era promovida na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, administradora do prêmio, só para anunciar os vencedores.
O Prêmio Pulitzer teve início em 4 de junho de 1917, por idealização do jornalista e editor húngaro Joseph Pulitzer.
Confira postagem da NY Times no Twitter:
O Projeto nº 1619 da revista NY Times teve início em agosto do ano passado, no marco de 400 anos do início da escravidão norte-americana. Cada publicação tem o intuito de reformular a história dos Estados Unidos, as consequências do período escravocrata e as contribuições dos negros no centro da narrativa nacional.
Nikole Hannah-Jones é especializada na cobertura sobre raça e conquistou o prêmio com seu ensaio pessoal “Os ideais fundadores da nossa democracia eram falsos quando foram escritos. Os negros americanos lutaram para torná-los realidade”. A publicação aconteceu em 14 de agosto do ano passado.
“O Projeto nº 1619 publicado on-line hoje é minha profunda esperança que reformulemos para nossos leitores a maneira como entendemos nossa nação, o legado da escravidão e, mais importante, o papel inigualável que os negros desempenharam nessa democracia”, disse a repórter no Twitter.
Durante esses anos, Hannah-Jones impulsiona uma carreira como escritora e jornalista ao investigar temáticas como racismo sistêmico e institucional (com foco em leis e atos oficiais), relações raciais, segregação escolar e racial e discriminação habitacional. “Os americanos negros também foram e continuam sendo fundamentais para a ideia de liberdade americana”, disse.
“A diversidade no Jornalismo não tem a ver com correção política. Diversidade na mídia tem a ver com precisão. Trata-se de ter uma cobertura melhor e mais precisa”, é o que defende Hannah-Jones nas redes sociais.
Confira o ensaio pessoal da jornalista na íntegra:
SOBRE NIKOLE
Filha de pai afro-americano e mãe tcheco-inglesa, Nikole Hannah-Jones nasceu em 9 de abril de 1976 em Waterloo, estado de Iowa, nos Estados Unidos. Graduou-se em História e Estudos Afro-americanos pela Universidade de Notre Dame, em 1998. Tornou-se mestra pela Escola de Jornalismo e Mídia Hussman da Universidade da Carolina do Norte, em 2003. Em 2012, publicou a obra “Vivendo à parte: como o governo traiu uma lei histórica dos direitos civis”. Em abril de 2015, passou a escrever para o The New York Times, um dos principais jornais norte-americanos. Além do Pulitzer 2020, já conquistou o Prêmio “Genius Award”, da Fundação MacArthur, em 2017.


Jornalista. Tem experiência nas áreas de Radiojornalismo (Rádio O POVO CBN), assessoria de comunicação (Defensoria Pública do Estado do Ceará) e webjornalismo e jornalismo impresso (Portal O POVO Online). Trabalhou como voluntária de marketing social na Fundación Sotrali em La Plata, Argentina. Passou pela redação do jornal sul-africano Mail & Guardian como repórter freelancer em Joanesburgo, África do Sul. É preocupada com questões raciais desde os 18 anos, quando se descobriu negra. Tem um pé na Moda.