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Colunas

Kamala Harris e os limites da representatividade

Anna Erika F LimaBy Anna Erika F Lima8 de Novembro, 2020Updated:26 de Novembro, 20202 comentários8 Mins Read
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Com a frase “A democracia não é um estado, é um ato”, do congressista norte-americano Jonh Lewis, pioneiro do combate ao racismo nos Estados Unidos, Kamala Harris iniciou o discurso que marca a história na qual uma mulher negra se torna vice-presidente da maior potência do mundo.

Envolta a acusações infundadas de fraude no processo de eleição, fruto da mente fascista de Donald Trump e que teve dentre suas marcas o isolacionismo e negacionismo, Kamala, em 7 de novembro de 2020, em Wilmington, no estado de Delaware, indica o início de uma Era na qual imaginação, representatividade e mobilização deixam sua marca numa decisão que tem influência não apenas nos EUA. Influencia o mundo.

Falar de imaginação na política vai ao encontro do que prevê o Instituto Update no relatório resultante da Pesquisa “Eleitas – Mulheres na Política”. Nele, se afirma que política é imaginação, pois esta consiste no poder de combinar experiências para imaginar outras realidades, onde também pela capacidade estética poder-se criar nova ou novas formas de se fazer política, sendo essencial compreender a importância dessa criatividade e inventividade quando em sociedades desiguais o direito à imaginação política é tolhido à parte dos cidadãos e cidadãs, principalmente quando efetivamos um recorte de cor sobre o tecido social.

Não seria o poder criativo e imaginativo inspirado por histórias de vida e exemplos que corroboram para uma decisão como a que levou uma mulher, negra e filha de imigrantes dedicar parte de seu discurso para falar sobre as conquistas das mulheres e a importância de servir de exemplo ao assumir os maiores postos do Executivo americano? As histórias sobre novas políticas são fundamentais para superar as crises mundiais. Nesse contexto, não há como não falar de representatividade e lutar por ela diante dos impactos de denúncias advindas da articulação entre o racismo e o patriarcado que historicamente têm sido reveladas por mulheres negras de forma mais coordenada nos últimos 30 anos no caso do Brasil, conforme o site Afirmativa (2020).

Entretanto, apesar de a população negra dos Estados Unidos não chegar a 15%, enquanto no Brasil superamos os 50%, o papel dessa população foi fundamental diante da escolha dos Democratas e por expressarem sua participação indo às urnas mesmo diante do cenário de pandemia que hoje já soma quase dez milhões de pessoas contaminadas só nos EUA.

As bandeiras que instigaram esse cenário criativo estiveram envoltas a duas situações que o jogo político não poderia prever. Primeiro falo da pandemia de Covid-19, que fez com que a postura negacionista do então presidente Donald Trump expressasse da forma mais atroz seu desprezo e descrença à ciência e os efeitos do coronavírus sobre a população mundial, o que levou à morte de mais 237.567 pessoas até o momento no país. Segundo: a violência protagonizada pelas forças de segurança nos EUA, que levou ao assassinato, por asfixia, de George Floyd, em maio, em Mineápolis, e a morte de Rayshard Brooks, de 27 anos, em junho, na Georgia, estado de Atlanta, causada também por um policial branco. Coincidência ou não, a Georgia, reduto Republicano, teve uma virada dos seus votos atribuídos aos Democratas nesta eleição, mesmo que com uma margem de 0,5% de diferença entre os candidatos1.

Vale ressaltar que os protestos com o lema Black Lives Matter [Vidas Negras Importam], retomados por estes crimes, foram definidores de uma mobilização social, principalmente ao serem considerados fascistas por Trump, que em nada durante a sua gestão combateu manifestações, especificamente as de supremacistas brancos. A mobilização a partir de Movimento Black Lives Matter sem dúvida foi definidora da mudança de eixo que levou à queda de Donald Trump e conduziu eleitores à maior adesão de votação da história dos EUA (FOLHA, nov. de 2020)2.

Kamala é advinda de uma família de mulheres ativistas. A mãe, Gopaln Harris, estabeleceu pesquisas sobre câncer de mama; a irmã, Maya Lakshmi, é advogada e atua por igualdade de direitos; e a sobrinha, Meena Harris, filha de Maya, é advogada e trabalha com ativismo social feminista (EL PAÍS, 2020; BANCADA ATIVISTA, 2020). Filha de imigrantes e acadêmicos, uma pesquisadora indiana e um professor da Jamaica, ambos engajados no movimento por direitos civis, esses criaram um grupo de estudos com objetivo de discutirem livros de autores negros e líderes de movimentos. Seus avós paternos lutaram pela independência indiana do domínio britânico. Kamala é desde 2017 senadora e foi procuradora do Estado da Califórnia de 2004 a 2011. Ela será a primeira mulher negra, a primeira indiana-americana e a primeira asiático-americana a ocupar o cargo. Também será a primeira formada de uma faculdade historicamente negra (Howard University, em Washington) e o primeiro membro de uma irmandade negra a fazê-lo (NPR, 2020), a conhecida Alpha Kappa Alpha, a qual teve um papel importante para mobilização da comunidade negra feminina para esta eleição e na captação de recursos para as eleições.

A presença de Harris fez apoiadoras negras, congressitas e ativistas pensarem em Shirley Chisholm – a primeira mulher negra pioneira a servir no Congresso e que também se tornou a primeira mulher a buscar a indicação presidencial do Partido Democrata nas eleições de 1972. Passados 48 anos, questionam-se por que se demorou tanto outra mulher negra galgar esse espaço.

Para Barbara Lee, congressista de Oakland, Califórnia, as mulheres negras estão mostrando que “[…] lideram e nunca voltaremos aos dias em que os candidatos só sabiam nosso valor em termos de ajudá-los a serem eleitos. Agora eles verão como governamos a partir da Casa Branca.”

Glynda Carr, presidente da Higher Heights, um grupo que tem por objetivo construir o poder político das mulheres negras, afirmou que “a vitória de Kamala Harris vai mudar a maneira como pensamos sobre a aparência da liderança” (NPR, 2020).

Sem dúvidas, essa vitória se caracteriza como um marco no que tange à representatividade. Entretanto, algo que não devemos perder de vista perpassa o fato de Kamala Harris estar aliada a uma política capitalista, neoliberal, que já elegeu cerca de 15 presidentes dos Estados Unidos, no qual o último foi Barack Obama (2009 – 2017) e que coleciona em sua história estruturas regulatórias que embutem valores liberais, com uma política de centro-esquerda, onde utiliza-se da política externa como instrumento de promoção de valores partidários; guerras; subalternização de outros países; entre outras ações que visam unicamente seu fortalecimento interno como uma superpotência.

Por mais que os Democratas possuam em sua base eleitoral e politica uma presença progressista, também contam com apoio de centristas e democratas conservadores. É preciso, então, referenciar o livro de Asad Haider, “Armadilha da Identidade”3, no qual em seu prefácio, escrito por Silvio Almeida4, esse afirma que “a identidade se torna uma armadilha quando se converte em uma política, ou, mais precisamente, em ‘política de identidade’ ou ‘identitarismo’”. Daí afirmar que devemos atentar para os limites da representatividade, pois quando deixamos a paralisia identitária tomar conta da luta contra as opressões podemos incorrer no perigo de estarmos nas mãos de quem sempre esteve no poder e só se utiliza de uma imagem com “representatividade” para capitanear votos e apoiadores.

Lembremo-nos que a ascensão de Kamala está ligada à força do movimento negro norte-americano que se levanta pelos assassinatos efetivados por policiais brancos, principalmente pela morte do George Floyd. É preciso, nesse momento de vitória inicial, estarmos atentos para as políticas que irão emergir da dupla Kamala Harris e Joe Biden, e que essas sejam políticas para combater desigualdades sociais da população negra. Ou seja: se essas políticas possuem um objetivo comum e público.

Em uma fala na Spelman College, Harris disse: “Quando você quebra as coisas, pode ser doloroso. Às vezes, você se corta. Às vezes, você sangra”. Ela refletiu sobre as próprias experiências – e sobre aqueles que vieram antes dela. “Vai valer a pena sempre, mas não é sem luta”, disse.

Quebrar e romper com o que é conservador e tradicional é desafiador; firmar um projeto politico comum não é diferente. Durante todo o processo eleitoral, ela foi alvo de ataques misóginos, racistas e machistas, mas em resposta Kamala quebrou o teto de vidro mais alto da história dos Estados Unidos e ainda fez uma declaração importante, ao afirmar que “embora seja a primeira mulher neste posto, não serei a última.”

Particularmente, espero que sua afirmação, feita durante o discurso de 7 de novembro, seja o reflexo de uma política que venha a combater o racismo e propor ações democráticas e em prol da redução das desigualdades sociais da população negra que votou em Kamala. Que o mesmo ocorra também no Brasil, onde diversas candidaturas de mulheres negras se delineiam nesse período também de eleição.

Assim, como ocorreu nos EUA, é necessário que no Brasil, mesmo diante de um cenário de pandemia, a imaginação desperte o sentimento de mudança e que ele tenha cor e essa cor seja preta. É como diz um provérbio africano: “até que os leões, ou melhor, leoas, tenham suas histórias, os contos de caça glorificarão sempre o caçador.”

1 A maciça participação antecipada e pelo correio, principal opção do eleitorado democrata, permitiu a virada de Biden (EL PAÍS, nov., 2020). 

2 https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/11/eua-teve-recorde-de-votos-mas-zero-governadoras-eleitas-veja-numeros-e-curiosidades-da-eleicao.shtml

3 HAIDER, Asad. Armadilha da identidade. Raça e classe nos dias de hoje. São Paulo: Veneta, 2019.

4 ALMEIDA, Silvio Luiz de. Prefácio. In: HAIDER, Asad. Armadilha da identidade. Raça e classe nos dias de hoje. São Paulo: Veneta, 2019.

anna erika
Anna Erika F Lima

Doutora em Geografia, mestra pelo Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema-UFC) e graduada em Licenciatura e Bacharelado em Geografia. É professora do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia (IFCE), onde coordena o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) de Fortaleza. É ativista e pesquisadora na área de Segurança e Soberania alimentar, Direito Humano à Alimentação Adequada, Cultura Alimentar e Justiça Alimentar.

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2 comentários

  1. GICELIA SILVA on 8 de Novembro, 2020 18:23

    Muito bom Professora Érica!! Que o otimismo da vontade e o pessimismo da razão oriente nossa luta, em oposição aos desejos das elites brasileiras que servis e dependente do grande capital, nos hostiliza e massacram. Avançamos muito, a galera do NEABI é uma boa prova desse avanço, mas muito temos que avançar. Que sejamos luz para as que virão. Kamala certamente o é, para as norte americanas, mulher, negra, que vai defender o projeto liberal, menos agressivo talvez, mas ainda assim liberal. Que nós mulheres, negras, brasileiras, latina americanas, possamos fomentar nossas mulheres no projeto de superação dessa sociedade capitalista que caminha para o irreversível caos. Sigamos juntas! Um abração!

    Reply
  2. Avany on 8 de Novembro, 2020 22:55

    Nos eleitores,temos que mudar nossos conceitos,temos de debater mais essas questões,pois o preconceito está impregnado numa sociedade que se diz não preconceituosa,mais cria seus filhos com a velha ladainha do preconceito e continua reeelegendo sempre os mesmos corruptos .

    Reply

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