Uma líder feminista negra está nos holofotes do mundo. Moradora de um distrito do Malawi, país da África Oriental, Theresa Kachindamoto tem ajudado meninas e mulheres a começar uma nova vida.
Isso tem sido possível porque Theresa decidiu bater de frente com um antigo costume daquela região. Por lá, mais da metade das mulheres casam antes dos 18 anos. Ainda adolescentes, portanto. O que Kachindamoto tem feito? Lutado pela anulação desses matrimônios, quase sempre arranjados porque as famílias, muito pobres, enxergam na saída das filhas uma redução de despesas domésticas.
Estima-se que em três anos ela tenha invalidado mais de 850 casamentos e viabilizado o retorno dessas jovens ao ambiente escolar. Mobilizações de Theresa fizeram com que fosse instituída a maioridade de 18 anos para casamentos. Mas ela não está satisfeita. A luta agora é para que esse patamar suba para 21 anos.
O trabalho da líder feminista já ganhou tanta visibilidade que ela vem recebendo ameaças de morte. Ainda assim ela avança. E diz que não recuará de jeito nenhum. Em entrevistas, Theresa tem dito uma frase recorrente:
“se elas forem educadas, podem ser o que quiserem.”

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.