Desigualdade social é um dos temas da conversa entre Mano Brown e Drauzio Varella no episódio desta semana do podcast Mano a Mano. “A hora que você conseguir dar escola de qualidade para todos, o Brasil vai virar um grande país. Uma hora o Brasil vai ter que dizer basta”, opina o médico. “Às vezes, eu penso que o Brasil foi construído em cima de uma pirâmide de injustiças. Se você quiser arrumar o Brasil, você vai ter que tirar o tijolo que está lá na base, lá embaixo. Lá que tem que mexer e aí cai, porque o Brasil foi feito em cima da desigualdade. O sistema de classe, a coisa da raça veio junto ou veio primeiro, acho que primeiro, depois os dois juntos, nunca mais desgrudou, a gente ficou atrelado à pobreza”, complementa o MC.
O médico paulistano conta sobre a infância em meio aos imigrantes, a carreira e as experiências como médico no sistema prisional brasileiro e, junto com Mano Brown, conversa também sobre a morte, o medo, a sociedade, a pandemia e a sobrevivência nos tempos atuais.
Mano Brown, por sua vez, revela que teve uma época em que achou que morreria cedo por alguma decisão errada. “Quando você tem a cabeça vazia, a cabeça de vento, é o momento mais frágil da vida de uma pessoa. Eu podia ter parado em uma detenção também, fácil. Eu já me imaginei, em alguns momentos da minha vida, achava que não ia viver muito”, conta. Ele relembrou a gravação do videoclipe Diário de um detento, no Carandiru, em São Paulo. “Só de ter gravado aquele clipe lá dentro já despertou numa rapaziada que era mais ligada em música essa esperança de poder fazer um som e começou a surgir os grupos (de rap)”, diz.
O segundo episódio do podcast Mano a Mano está disponível exclusivamente no Spotify. Ao todo, serão 16 episódios, lançados sempre às quintas-feiras. Para escutar, clique aqui.
SOBRE MANO BROWN
Iniciou há mais de 30 anos uma trajetória que ganharia proporções e relevância para além do rap, da música e da cultura. Uma das vozes de maior impacto no Brasil, Brown divide a sua carreira em um momento solo e o outro ao lado dos Racionais MC’s. Com o grupo, ele rodou o país – no período pré-pandemia – com a turnê em comemoração às três décadas de história compartilhada com Kl Jay, Ice Blue e Edi Rock. O show, inclusive, foi registrado e deve ser lançado em um formato de ao vivo. Já o trabalho-solo de Brown fez bastante barulho em 2016, quando ele colocou na rua o disco Boogie Naipe, no qual celebra a black music brasileira; e mais músicas estão a caminho.
Original Spotify Mano a Mano
Direção criativa: Spotify Studios e Agência GANA
Produção executiva: Renata Hilario, Gilvana Viana, Kaire Jorge e Eliane Dias
Produção: Spotify Studios, MugShot e Boogie Naipe
Produtoras: Jaque de Paula e Tainá Vieira
Consultoria jornalística: Semayat Oliveira
Direção: Arthur Abrami
Edição: Leandro Rodrigo e Henrique Oliveira
Música original: Bruno Zibordi, Francisco Reginato e Mauricio Herszkowicz
Identidade visual: Colletivo (arte) e Pedro Dimitrow (foto)
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