O jornal uruguaio El País apontou Marinho, 30 anos, jogador do Santos (SP), como o melhor atleta em atividade na temporada 2020: o Rei da América de 2020. Cerca de 400 jornalistas participaram da escolha. O atleta ficou em evidência pela campanha do clube paulista na Copa Libertadores, sagrando-se vice-campeão. O meio-campista teve grandes atuações no torneio e no Brasileirão 2020.
Marinho é o 13° jogador brasileiro que vence o Rei da América. A lista inclui: Tostão, Pelé, Zico, Sócrates, Bebeto, Raí, Cafu, Romário, Neymar, Ronaldinho, Luan e Gabigol. Quatro jogadores estrangeiros em atividade no Brasil também foram eleitos: Figueroa, Romerito, Tevez e D’Alessandro. A condecoração foi criada pelo jornal El Mundo, da Venezuela, e em 1986 passou a ser entregue pelo El País, do Uruguai.
Marinho ganhou projeção nacional em 2015 por conta do meme “sabia não”. Era tido como um jogador irreverente. Os comentaristas e os torcedores em geral consideravam um bom jogador, mas folclórico. Desde que chegou ao Santos, em 2019, o atleta foi se distanciando cada vez mais desse estereótipo e se afirmando pelo bom futebol.
Brincalhão, costumava apelidar os gols que fazia com a camisa santista como o “minimíssil aleatório”, mas isso foi ficando cada vez mais pra trás. Foram 27 partidas e 17 gols no Brasileirão 2020 e dez partidas e quatro gols na Copa Libertadores do mesmo ano.
Marinho sofreu injúria racial no ano passado. De lá para cá, virou voz ativa contra o racismo. “Sei que tem muita gente sofrendo no oculto e não pode falar. É um crime”, afirmou em vídeo nas redes sociais. Na seminal da Libertadores, o atleta usou uma chuteira laranja com a inscrição “Black Lives Matter” e a imagem do punho fechado na parte anterior do calçado.
Com o reconhecimento ao atleta, ganham o futebol brasileiro e a luta antirracista.
LEIA MAIS SOBRE ESPORTE. CLIQUE AQUI.
Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.