Ceará CrioloCeará Criolo
  • Inicial
  • O Ceará Criolo
    • Sobre Nós
    • Prêmios
    • Mídia Kit
    • Guia de Fontes
  • Notícias
    • Mulher negra
    • Infantil
    • Política
    • Economia
    • Saúde
    • Esporte
    • Cultura
    • Famosos
    • Educação
    • Ceará
    • Brasil
    • Mundo
    • LGBTQIA+
    • Espiritualidade
    • Publieditorial
  • Afrossaberes
    • DicionÁfrica
    • Ancestralidade
    • Fotorreportagens
  • Opinião
    • Artigo
    • Crônicas
    • Leitura Crítica
  • Colunas
    • Afroclassificados
    • AfroGeek
    • Rastros
    • Afrotransfuturista
    • Olhar Preto
    • Psicoterapreto
    • Negra Voz
  • Stories
  • Especiais
    • A você Tereza
    • Vidas Negras Importam
    • Quilombo Acadêmico
    • 85
    • Entrevistas
  • Contato
Facebook Twitter Instagram
Facebook Twitter Instagram
Sexta-feira, Junho 13
Ceará CrioloCeará Criolo
FINANCIE O CEARÁ CRIOLO
  • Inicial
  • O Ceará Criolo
    • Sobre Nós
    • Prêmios
    • Mídia Kit
    • Guia de Fontes
  • Notícias
    • Mulher negra
    • Infantil
    • Política
    • Economia
    • Saúde
    • Esporte
    • Cultura
    • Famosos
    • Educação
    • Ceará
    • Brasil
    • Mundo
    • LGBTQIA+
    • Espiritualidade
    • Publieditorial
  • Afrossaberes
    • DicionÁfrica
    • Ancestralidade
    • Fotorreportagens
  • Opinião
    • Artigo
    • Crônicas
    • Leitura Crítica
  • Colunas
    • Afroclassificados
    • AfroGeek
    • Rastros
    • Afrotransfuturista
    • Olhar Preto
    • Psicoterapreto
    • Negra Voz
  • Stories
  • Especiais
    • A você Tereza
    • Vidas Negras Importam
    • Quilombo Acadêmico
    • 85
    • Entrevistas
  • Contato
Ceará CrioloCeará Criolo
Home»Opinião»Leitura Crítica»Nas es-Quinas da Publicidade-Colônia
publicidade cerveja quinas portugueses ceara criolo 04
Leitura Crítica

Nas es-Quinas da Publicidade-Colônia

Jéssica CarneiroBy Jéssica Carneiro7 de Fevereiro, 2019Updated:8 de Fevereiro, 2019Sem comentários4 Mins Read
Share
Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

Pleno século XXI, 130 anos após a última abolição da escravatura no mundo, somos obrigadas(os) a ver publicidade de cerveja completamente parada no tempo, e não é qualquer tempo. Parada no período colonial. No dia 25 de janeiro de 2019, a Cerveja Quinas, marca portuguesa, veiculou uma campanha que deixou a todos de queixo caído não pela genialidade, mas por tamanha estupidez e clara falta de noção histórica.

50874021 2285151411766134 3012731120748855296 o
Reprodução: Facebook

Acompanhada do título “Os portugueses são conquistadores, gostam de deixar marca por onde passam”, a peça traz a gestalt do continente africano em forma de espuma de cerveja. A legenda que segue a publicação no Facebook da marca, não menos vergonhosa, segue:

Chegaremos à África do Sul para espalhar felicidade lusa. Encontra-nos em breve em vários pontos de venda, principalmente em restaurantes portugueses.

Embora a campanha tenha sido dirigida ao público-alvo sul africano, é praticamente impossível não se deixar afetar quando se tem o mínimo de conhecimento histórico e de compreensão do que a ocupação europeia representou para todas as suas (ex) colônias.  Também não é de se estranhar que o público brasileiro tenha sido a grande “culpa” do backlash (em outras palavras, o tiro pela culatra) da campanha #fail que está viralizando nas redes sociais, acusando a marca de racismo.

A empresa respondeu, em nota enviado à imprensa, que

“Em momento algum, a Quinas, quem desenvolveu a criatividade e quem a aprovou, quis ofender ou despertar sentimentos como os que temos visto nos comentários que têm sido postadas na página de Facebook da marca. Em momento algum, se quis fazer analogias com o passado histórico ou ligações ao colonialismo. Procurar e forçar essas ligações parece-nos demasiado forçado e comentários como os que temos recebido desproporcionados pelos conteúdos e agressividade dos mesmos”.

A começar pela peça em si, é muito absurda a ideia de trazer um dos mais vergonhosos episódios da história recente da humanidade, que foi a colonização (invasão) europeia e o apagamento de dezenas de etnias na África, como diferencial do produto.

Diferente do que muitos possam achar, o paradigma colonizante/colonizador não habita apenas o pensamento do indivíduo europeu, branco, hétero, cisgênero (acrescente aqui os adjetivos que desejar). Como se trata de uma racionalidade enraizada no pensamento moderno (que é, adivinhem? tã-dãm… europeu!), é muito provável e comum que pessoas não-europeias, não-brancas, não-hétero, não-cis acabem partilhando da mesma matriz de pensamento que, em teoria, serve para oprimi-las e colocá-las em posição de subalternidade.

Como é o caso dos internautas que defenderam avidamente a marca:

“Eu amo cerveja e esta em particular. Todos os comentários a respeito da escravidão parecem desproporcionais e cínicos para mim”, escreveu D.F na publicação da campanha, em rede social.

“Parabéns pela ideia. Apenas analfabetos funcionais que não conhecem nem valorizam o próprio passado reclamam de tamanha criatividade”, disse B.W, complementando.

“Carolina não entendo este ódio… sou brasileiro e me parece uma tamanha ignorância discutir coisas de um passado distante de uma outra época, te pergunto quem da sua família foi assassinado por Portugueses? Coisa de quem não tem o que fazer”, finaliza S.G.

Não sabemos se por motivo de ingenuidade ou por pura ignorância, indivíduos que corroboram com este tipo de discurso como o da marca (completamente anacrônico) contribuem para a manutenção desta racionalidade subalternizante que é o colonialismo.

E não se deixe enganar: o colonialismo não diz respeito apenas ao período em que os europeus invadiram vários países.

O pensamento colonial persiste na mente e nos afetos toda vez que invisibilizamos a história de nossos  ancestrais, toda vez que negamos o racismo que nos habita (“eu? preconceituoso? claro que não!”), toda vez que trocamos uma globeleza negra por uma “menos escurinha” pra não chocar a sociedade brasileira, toda vez que esquecemos (ou fingimos que esquecemos) que as gerações de hoje, pretas, pobres e periféricas ainda sofrem os efeitos da escravidão que, ao contrário do que se prega, “terminou” há pouco mais de um século.

Eu não sei o que me assusta mais: o profissional que idealizou a peça ou a diretoria que a aprovou. Não me admiraria em nada descobrir que na equipe criativa só tem homem branco com pensamento colonizador. Reivindico o que um dia escutei Caetano falar, em uma de suas entrevistas: “Precisamos de uma segunda abolição!”. Que ela comece já e passe pelas agências de Publicidade. Nós agradecemos.

avatars v4
Jéssica Carneiro

Publicitária cearense. Canceriana. Doutora e mestre em Psicologia. Amante da docência. Integrante do Grupo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Intervenções em Psicologia Social Crítica (Paralaxe-UFC). Defendeu em sua tese de doutorado um estudo sobre mulheres em transição capilar. Atualmente, dedicada aos estudos de gênero, raça, feminismos negros e decolonialidade.
Louca por fotografia, design, viajar e colecionar carimbos no passaporte. Uma pessoa extremamente curiosa.

áfrica colonialismo história publicidade racismo
Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email

Related Posts

O dia em que fui chamado de doutor

2 de Fevereiro, 2025

Ministério lança Campanha Cultura Negra Vive

12 de Novembro, 2024

Maranhão terá Mestrado em Estudos Africanos e Afro-brasileiros

30 de Dezembro, 2023

Baixe de graça livros sobre História Geral da África

6 de Dezembro, 2023

Dona Maria, Luzia e a invisibilidade do trabalho de cuidado das mulheres

20 de Novembro, 2023

Como a representatividade me salvou no ambiente acadêmico

5 de Novembro, 2023
Add A Comment

Leave A Reply Cancel Reply

Sobre nós
Na contramão do discurso excludente e enervado de clichês da mídia tradicional, o portal Ceará Criolo garante à população negra um espaço qualificado de afirmação, de visibilidade, de debate honesto e inclusivo e de identificação. Um lugar de comunicação socialmente inclusiva, afetivamente sustentável e moralmente viável. Porque negros são seres humanos possíveis e ancestrais. E por isso, queremos nos reconhecer no passado, no presente e no futuro!
Artigos recentes
  • Defensoria do Ceará lança cartilha inédita para auxiliar membros e colaboradores em questões raciais
  • Luedji Luna confirma álbum novo até junho e ensina: “a gente tem que celebrar os nossos em vida”
  • Cearense Danilo Castro lança livro de contos íntimos da juventude
  • Música negra é consagrada no Grammy; Beyoncé e Kendrick Lamar batem recordes
  • O dia em que fui chamado de doutor
QUER SUGERIR PAUTA?

Envie sua sugestão de pauta para nossa redação através do falecom@cearacriolo.com.br ou deixe-nos uma mensagem no formulário abaixo.

Ceará Criolo
Facebook Twitter Instagram
  • Inicial
  • O Ceará Criolo
    • Sobre Nós
    • Prêmios
    • Mídia Kit
    • Guia de Fontes
  • Notícias
    • Mulher negra
    • Infantil
    • Política
    • Economia
    • Saúde
    • Esporte
    • Cultura
    • Famosos
    • Educação
    • Ceará
    • Brasil
    • Mundo
    • LGBTQIA+
    • Espiritualidade
    • Publieditorial
  • Afrossaberes
    • DicionÁfrica
    • Ancestralidade
    • Fotorreportagens
  • Opinião
    • Artigo
    • Crônicas
    • Leitura Crítica
  • Colunas
    • Afroclassificados
    • AfroGeek
    • Rastros
    • Afrotransfuturista
    • Olhar Preto
    • Psicoterapreto
    • Negra Voz
  • Stories
  • Especiais
    • A você Tereza
    • Vidas Negras Importam
    • Quilombo Acadêmico
    • 85
    • Entrevistas
  • Contato
© 2025 ThemeSphere. Designed by ThemeSphere.

Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.

Gerenciar Consentimento de Cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou aceder a informações do dispositivo. Consentir com essas tecnologias nos permitirá processar dados, como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar adversamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para o fim legítimo de permitir a utilização de um determinado serviço expressamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou para o fim exclusivo de efetuar a transmissão de uma comunicação numa rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenamento de preferências não solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anónimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu Provedor de Serviços de Internet ou registos adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerir opções Gerir serviços Gerir {vendor_count} fornecedores Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}