Se você tem o hábito de ler, certamente já conhece inúmeros clubes literários por assinatura. Eles viraram uma febre aqui no Brasil. Nenhum, no entanto, especializado em alguma causa social. Até hoje.
O Pretaria BlackBooks nasceu da vontade de Mirtes Santos de promover a igualdade racial e de formar cidadãos antirracistas. Ela é quilombola, nascida no quilombo de Angelim, no Espírito Santo, e está encabeçando uma campanha de financiamento coletivo do projeto na Internet.
Hoje residente em Niterói, no Rio de Janeiro, onde cursa mestrado em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF), Mirtes definiu assim ao jornal O Globo a iniciativa do clube literário.
“Não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.”
A campanha encerra em 2 de abril. A três semanas do término, portanto, a Pretaria tem hoje 60% da primeira meta, cotada em R$ 10 mil. O valor será investido no desenvolvimento da plataforma pretaria.com.br, cuja viabilidade só se dá com a contratação de profissionais especializados.
Há, no entanto, outras quatro metas. O montante final de arrecadação estipulado pelo clube literário é de R$ 20 mil. Quem quiser contribuir com o projeto pode colaborar adquirindo pacotes que variam de R$ 15 a R$ 2.000.
O mais acessado até o momento é o de R$ 59, composto por livro do selo Black do Clube Pretaria, carta com dicas literárias de intelectuais negros/as e um brinde especial.
O projeto é bem claro: tem como motivação a difusão de uma literatura voltada para a promoção da igualdade racial e a superação do racismo; a divulgação e o fortalecimento das publicações das editoras e autoras negras no mercado editorial brasileiro; o estímulo ao leitor para uma formação social livre de preconceitos; e a criação de uma plataforma para a divulgação de trabalhos que promovem uma educação antirracista.
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https://www.youtube.com/watch?v=7NF5Ltc0IZk
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.