Uma petição on-line está coletando assinaturas para o grupo de congado Nossa Senhora do Rosário e Escrava Anastácia voltar a ter permissão para fazer as tradicionais celebrações em honra à Nossa Senhora do Rosário dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Tiradentes (MG).
Desde junho de 2019 que o grupo não faz as celebrações, após o pároco Alisson Sacramento, que assumiu a paróquia responsável pela igreja, proibir a prática. Para o Congado, o caso é de racismo religioso. “Solicitamos uma reparação histórica e reforçamos que não seremos coniventes com tamanho abuso de poder”, diz o texto da petição.
O sacerdote nega as acusações de preconceito religioso. Segundo ele, o movimento tem divergências com a doutrina católica.
Com a petição, a Federação dos Congados/Reinados de Nossa Senhora do Rosário do Estado de Minas Gerais pretende pressionar a Arquidiocese de Belo Horizonte, a Diocese de São João Del Rei e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil para reverter a situação.
A petição já conta com mais de 700 assinaturas e pode ser assinada clicando aqui.
A CONGADA
A congada (ou congado) é uma manifestação religiosa afro-brasileira que cultua os santos dos pretos, como São Benedito, Santa Ifigênia e Nossa Senhora do Rosário. A celebração acontece depois da missa e envolve música, dança e cantoria.
ANASTÁCIA
A escravizada, homenageada pelo Congado de Tiradentes, é considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra. Representada como uma mulher negra com uma mordaça na boca, Anastácia chegou ao Brasil em 1740 em um navio negreiro vindo da África. Era conhecida por reagir e lutar contra a opressão do sistema escravista.
Jornalista formado pela Faculdade Cearense (FAC). Foi produtor na TV O POVO e na TV Jangadeiro (SBT), ambas emissoras em Fortaleza. Também já atuou em campanha política. É hoje estudante de Letras/Espanhol na Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem 30 anos e atua como assessor de imprensa.