“Quando eu tinha quatro anos, perguntei para a minha mãe quando eu ficaria branca, porque todas as pessoas boas da TV eram, mas todos os vilões eram negros e pardos. Eu me considerava uma boa pessoa, então pensei que ficaria branca eventualmente. Minha mãe ainda se lembra do olhar desanimado em meu rosto quando ela me deu a má notícia.”
O trecho acima pertence ao livro Por que eu não converso mais com pessoas brancas sobre raça (2019), da jornalista e escritora britânica Reni Eddo-Lodge, 30. Para quem deseja entender um pouco mais sobre raça e branquitude, além de outros aspectos presentes dentro do universo enorme das questões raciais, a obra é uma excelente escolha.
Nessa sexta-feira (5/6), a Amazon disponibilizou o e-book de forma gratuita até a próxima segunda-feira (8/6). Confira aqui.
De título intrigante e que, possivelmente, deixaria muitos desconfortáveis, o livro foi escrito entre 2014 e 2017, em meio a muita pesquisa e reflexões da jornalista após postagem de um texto de mesmo nome e as repercussões em seu blog.
Dividida em sete capítulos, a obra foi lançada em 15 de novembro de 2019 no Brasil e conta com apresentação da youtuber brasileira Gabi Oliveira (a Gabi de Pretas, do canal De Pretas).
O livro é uma mensagem antirracista excelente que traz estatísticas, análises de pesquisas, contextualização histórica e socioeconômica, além de uma profunda pesquisa bibliográfica sobre questões raciais. E claro: a problematização de uma jornalista negra cheia de potência e vontade de impactar a mente de quem a lê.
Os capítulos são estampados com as ideias: Histórias, O sistema, O que é privilégio branco, Medo de um planeta negro, A questão do feminismo, Raça e Classe, Não há justiça, há apenas nós. Em cada página, problematizações necessárias para a luta antirracista. E que não deveriam partir somente de pessoas negras, mas da sociedade como um todo.
Resumo do livro
Em 2014, a premiada jornalista Reni Eddo-Lodge escreveu sobre frustrações a respeito da forma como as discussões de raça e racismo no Reino Unido estavam sendo lideradas por aqueles que não eram afetados por isso. Ela postou um texto em seu blog com o título: Por que eu não converso mais sobre raça com pessoas brancas. O post viralizou e chegaram comentários de outras pessoas para compartilhar as próprias experiências. Impressionada com essa explícita necessidade de uma conversa franca, ela decidiu se aprofundar na fonte desses sentimentos. Explorando questões desde a erradicada história negra até o propósito político da dominância branca, do feminismo branqueado até a intrínseca relação entre classe e raça, Reni Eddo-Lodge proporciona uma oportuna e essencial estrutura nova de ver, reconhecer e combater o racismo.
Sobre a autora
Negra, britânica, jornalista e escritora. Reni Eddo-Lodge nasceu no dia 25 de setembro de 1989, em Londres, na Inglaterra. Filha de mãe nigeriana e pai britânico. Graduou-se em Literatura Inglesa pela Universidade de Lancashire Central, em 2011. Ao trabalhar como freelancer, escreveu publicações para os veículos The New York Times, The Guardian, The Independent, The Daily Telegraph, The Voice, BuzzFeed, Vice, iD e Dazed & Confused. E, como escritora, seus escritos têm como foco principal a questão do feminismo e do racismo estrutural. No Powerlist de 2020, Reni foi considerada no Top 100 pessoas de ascendência africana/afro-caribenha mais influentes no Reino Unido.
FICHA TÉCNICA
Por que eu não converso mais com pessoas brancas sobre raça
Ano: 2019
Formato: Livro
Autora: jornalista negra britânica Reni Eddo-Lodge
Tradutora: Elisa Elwine
Apresentação: Gabi Oliveira (Gabi de Pretas)
Páginas: 221 (e-book) e 214 (livro físico)
Tamanho do arquivo: 1943 KB
Dimensões: 22,5 x 15,5 x 1,5 cm
Peso: 320 gramas
Idiomas: Inglês e Português
Editora: Letramento
Disponível: Sites da Amazon(gratuito até 08/06), Editora Letramento, Saraiva e Submarino

Jornalista. Tem experiência nas áreas de Radiojornalismo (Rádio O POVO CBN), assessoria de comunicação (Defensoria Pública do Estado do Ceará) e webjornalismo e jornalismo impresso (Portal O POVO Online). Trabalhou como voluntária de marketing social na Fundación Sotrali em La Plata, Argentina. Passou pela redação do jornal sul-africano Mail & Guardian como repórter freelancer em Joanesburgo, África do Sul. É preocupada com questões raciais desde os 18 anos, quando se descobriu negra. Tem um pé na Moda.