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Home»Opinião»Racismo no BBB: a dor de revisitar uma dor
racismo no bbb a dor de revisitar uma dor
Camilla consola João no BBB após participante expor caso de racismo no programa
Opinião

Racismo no BBB: a dor de revisitar uma dor

Bruno de CastroBy Bruno de Castro7 de Abril, 2021Updated:16 de Julho, 2021Sem comentários7 Mins Read
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Toda pessoa negra já passou por isso. Foi ofendida, revidou, exigiu respeito, foi chamada de agressiva por reagir e quem a ofendeu, acuado/a, usou o seguinte argumento: “eu não sabia”. Ou: “me ensine”. Mas que obrigação tem essa pessoa negra de reviver uma dor para o outro, uma pessoa branca cheia de privilégios, ser alguém melhor? Que crescimento tem essa pessoa negra na situação?

Exigir de negros e negras o papel de ensinar/educar expõe ainda mais o egocentrismo de pessoas brancas. O quanto elas querem o tempo inteiro, até quando estão equivocadas, ser o centro de tudo. E, na prática de um racismo, ela não é o centro de tudo. O centro de tudo é a dor do outro. A dor de quem sofreu o ataque racista. Ao branco, o autor do ataque, não cabe questionar essa dor. Por um simples motivo: não é ele quem a sente. Se não é ele quem a sente, o que resta é: pedir desculpas, se informar e não repetir mais o mesmo erro.

Foi o que Camilla de Lucas e João Luiz tentaram mostrar no Big Brother Brasil nos últimos dias por conta do episódio racista envolvendo um ex-participante branco. Um homem que se valeu exatamente da tática do “eu não sabia” para diminuir a postura injustificada de ter feito piada sobre o cabelo de um homem negro. Mas essa postura não cola mais.

Essa fala é um grito de quem foi silenciada por muito tempo. E ela não fala só por si, mas por todo um povo. Camilla, você é gigante e o black é a coroa! #BBB21 pic.twitter.com/vFCibfJldC

— Camilla de Lucas ⭐️ (@camilladelucas) April 7, 2021

Se no passado já não era admissível, nos dias de hoje, com toda a facilidade de acesso à informação que se tem, que todos temos, é mais inaceitável ainda o discurso do “eu não sabia”. Ou “eu só estou sendo apresentado a isso agora”. Ou, pior, o clássico: “mas eu tenho até amigos negros”. Ou pior ainda: “minha cachorrinha é preta, como eu sou racista?”. Não dá mais. Definitivamente.

Nós, pessoas negras, não queremos sentir nossas dores de novo só pra explicar à branquitude o quanto elas doem porque, na real, a gente já fez isso muitas vezes. Inúmeras vezes. Incontáveis vezes. Fazemos isso desde que o primeiro africano escravizado colocou os pés aqui, entre 1539 e 1542. São, portanto, quase 500 anos de peleja. E vocês não nos ouvem. Continuam fazendo piadas sobre nosso cabelo, sobre nosso tom de pele, sobre a mulata do carnaval, sobre a brutalidade do homem negro, sobre como somos seres incapazes, tal qual faziam os europeus na época da colonização.

O discurso é o mesmo. Rigorosamente o mesmo. O que muda é a apenas plataforma pela qual ele se perpetua. Antes, séculos atrás, eram os anúncios da Coroa portuguesa e da Igreja que nos desumanizavam. Pouco tempo depois, os jornais passaram a ser a imprensa oficial do racismo. Migrou pra televisão, que há 70 anos reforça estereótipos sobre uma negritude miserável, voluptuosa, violenta, burra e feia. E agora, na modernidade, o discurso do preconceito se alastra como rastilho de pólvora pelas redes sociais (que, como bem definiu o saudoso Umberto Eco, deu voz a uma legião de imbecis).

Sim, nós estamos cansados. Exaustos. Gritamos há séculos que somos iguais, que exigimos ser tratados decentemente, que merecemos estar neste mundo tanto quanto os brancos, que não somos inferiores só por termos pele escura, que a pobreza não é nosso lugar, que não há nada de errado com nossos cabelos, que nossa estética é bonita. Que a gente quer viver! A GENTE QUER VIVER!

É por isso que Camilla e João, dois gigantes, choram quando o assunto vem à tona. Porque, a princípio, a sensação é a de que a gente não sai do canto enquanto humanidade. Nunca o mundo produziu tanto conteúdo quanto agora, nunca o movimento negro teve tanta amplitude quanto agora, nunca as pessoas tiveram tanto acesso à informação quanto agora e, ainda assim, homens brancos, heterossexuais, jovens, ricos, economicamente bem colocados, que estão no topo da pirâmide social, ainda se valem da desculpa esfarrapada do “eu não sabia” pra justificar uma postura racista. E sempre tem quem creia nisso.

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A tatuagem de João Luiz, participante negro do BBB, que sofreu ataque racista no programa

A verdade é que pessoas brancas, via de regra, não têm interesse de ler sobre racismo. Porque, ao fazerem isso, vão enxergar o quanto cometem discriminações raciais diárias. Ou não são conscientes disso e têm medo de, lendo, estudando, confirmarem o quão racistas são e o quão beneficiadas são por essa lógica cruel de brancos serem privilegiados e negros serem excluídos. De homens brancos ocuparem todos os cargos de alto escalão de todos os veículos de imprensa do Brasil e negros mal figurarem como chão de fábrica. De homens brancos serem bilionários, como nos revelou a Forbes, enquanto negros mal aparecem na lista dos mais ricos do mundo. De homens brancos estarem dando aula nas universidades enquanto negros estão na faxina, limpando a sala nas quais esses homens brancos lecionam.

Pessoas brancas não leem sobre racismo porque não querem. É uma escolha. Nos dias de hoje, é uma escolha consciente. Intencional. Porque é mais cômodo continuar sentado sobre um monte de facilidades vendo o outro, negro, ralando o dobro, o triplo pra conseguir a mesma coisa e, no fim, poder dizer: “ele lutou muito por isso”. A possibilidade de falar isso tira um peso das costas. É quase se eximir da responsabilidade de não lutar contra nada. Porque estar consciente da situação vai exigir dele, branco, a tomada de alguma posição em desfavor da desigualdade ou viver se corroendo no remorso de ser feliz às custas do sofrimento (ou mesmo da morte, como nos prova a pandemia diariamente) de tantos outros, negros.

É mais fácil de escapar de uma acusação de racismo quando você alega que o outro, justo quem está sentindo a dor da porrada que você deu, não teve elevação espiritual suficiente para sublimar toda e qualquer diferença entre os dois, coisa que quem atacou não foi capaz, para educá-la a ser alguém melhor. Repare no termo: educar. Ou seja: a pessoa branca, que praticou o racismo, de repente se coloca numa posição de nulidade, de pureza, de ingenuidade, e espera que a pessoa negra, especialista em racismo, abra os olhos dela. Mas especialistas em racismo não são as pessoas negras. São as brancas. O racismo é invenção da branquitude, mais precisamente do branco europeu, pra dominar outros povos, povos diferentes, povos ditos inferiores e incapazes.

Se o racismo não é uma invenção do negro, por qual motivo, então, a negritude tem de educar a branquitude? Não faz sentido. Mas o racismo é isso: ele transforma situações lógicas em ilógicas e, dessa falta de sentido, constrói um sentido: o de que a culpa de o racismo existir é da vítima que não ensinou o agressor a não ser agressor. Beira à ficção. E é. E funciona, como tem funcionado há séculos.

Chega de pessoas brancas, que só se beneficiam do racismo, exigirem de nós, pessoas negras, que sejamos obrigados a revisitar dores que só nos fazem mal para elas evoluírem enquanto sujeitos. Essa é uma síndrome do protagonismo branco da qual negro nenhum tem obrigação de arcar. Não há argumento que justifique em pleno mundo globalizado (com todos os prós e os contras que isso possa representar) um homem branco se dizer alheio a uma luta social tão antiga quanto o nosso país.

Eduquem-se vocês. Letramento racial é um processo de construção individual, apesar de atravessar experiências coletivas ou de outras pessoas (porque a gente sempre cresce um pouco quando ouve o outro). Demandar de quem sofre que sofra mais um pouco para você aprender algo tendo tanta informação à sua disposição é uma postura para além do cruel. É desonesta.

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Bruno de Castro

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.

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