O publicitário, fotógrafo e digital influencer Roger Cipó lançou esta semana uma campanha para mobilizar usuários do Instagram a seguirem artistas negros com pouca visibilidade na rede social. A ideia está movimentando a plataforma.
O paulista tem feito questionamentos aos próprios seguidores sobre o porquê de tantos atores, atrizes, cantores, cantoras e negros/as de outras áreas, mesmo conhecidos do grande público, não terem um grande volume de fãs na Internet.
“Por que um dos maiores atores desse país não tem + de 1 milhão de seguidores nessa rede social? Duas indicações ao Emmy, protagonista de uma das principais séries de uma rede de streaming, papéis incríveis, personagens lendários, bonito, bem vestido, corpo sarado, inteligente, um baita profissional… Raphael Logam tem “tudo” que esse universo determina para ser um figura de milhões de seguidores em redes sociais, mas pq ele não chegou nem no 100K ainda?”, indaga o paulista.
Raphael, de fato, tem tudo isso no currículo. E bateu os 100 mil seguidores somente há três dias, justo por causa da campanha. Saiu de 99k para 105k. Algo que Cipó ainda considera pouco. “A meta é 1 milhão, mas se já passar do 100K fica mais perto”, publicou o publicitário. “Você me emociona demais. É nós por nós”, respondeu Logam.
O mesmo argumento foi usado pelo influencer, para promover os perfis de Zezah Barbosa e Mary Sheila. As duas atrizes são conhecidíssimas pelos trabalhos que já fizeram em televisão, principalmente na Globo, mas tinham pouquíssimos seguidores.
Com a campanha de Cipó, Zezeh saiu de 14 mil para 41 mil admiradores em menos de dois dias. “Por que ela, que já recebeu 11 prêmios como atriz, consagrada na história da TV brasileira, inteligente, linda, rainha de algumas gerações, só tem 14K de seguidores por aqui!? Eu sei a resposta, você também, mas está na hora de mudar isso”, provoca Cipó.
Já Sheila foi de menos de quatro mil para quase 20 mil em menos de um dia. “Ela faz história linda na televisão e cinema, já foi vista por milhões de pessoas e eu fico me perguntando: por que figuras essenciais da história da nossa televisão ainda são pouco seguidas nas redes sociais? Por que Mary Sheyla não tem 1 milhão de seguidores? Por que você não segue pessoas que formaram a identidade da televisão brasileira? Nós sabemos a resposta, mas também temos a solução”, instiga o fotógrafo.
Cipó conquistou os 100 mil seguidores no Instagram não tem muito tempo. Publica constantemente conteúdos antirracistas e participa de eventos em todo o Brasil promovendo a cultura do povo negro e desmistificando tabus a respeito da masculinidade e da negritude.
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.