Permanece com a negritude o título de melhor drag queen dos Estados Unidos. É de Symone a coroa da 13ª temporada de RuPaul’s Drag Race, cuja final foi ao ar pelo canal VH1 na noite desta sexta-feira (23/4). Ela sucede Jaida Essence Hall (que, por sinal, estava deslumbrante na passagem de trono).
A negritude também permanece como Miss Simpatia do programa. Lala Ri foi eleita pelas colegas de reality para dar continuidade ao reinado de Heidi N Closet.
Assim, o programa tem, pela primeira vez em 18 edições (sendo 13 regulares e cinco especiais), representantes pretas no topo da competição por duas temporadas consecutivas. Algo bastante simbólico, pois a quantidade de drags negras coroadas ainda é pequena diante do quadro geral – o chamado Hall of Fame.
A FINAL
Symone foi anunciada vencedora após derrotar Gottmik e Kandy Muse (definitivamente a zebra inexplicável desta season) em duas rodadas de dublagens. Antes disso, desfilou – assim como as demais finalistas – três looks de gala. Rosé também lutava pelo título, mas foi eliminada no primeiro embate.
Das quatro finalistas, Symone tinha o maior número de vitórias da temporada (cinco vezes em 14 episódios) e quase foi eliminada duas vezes, sendo que em uma delas enfrentou Kandy Muse e ambas acabaram se salvando (o que não é comum no programa).
Em todos os desfiles da temporada, Symone foi extremamente elogiada pelos jurados e por RuPaul, que chegou a classificar o figurino feito pela participante em homenagem às guerreiras africanas como “uma das melhores coisas que já passou por esse programa.“
Symone também fez história ao desfilar em protesto às vítimas negras de policiais norte-americanos e por sempre enaltecer a cultura negra nos figurinos que apresentava. Foi assim do primeiro ao último episódio. E sempre demarcou território afirmando que seu jeito de fazer drag era também politizando o debate. Arte como militância.
Perdeu a final? Clique aqui e assista.
MAIS SOBRE RUPAUL’S DRAG RACE? CLIQUE AQUI.
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.