Mais antiga universidade do mundo anglófono e a segunda mais antiga da Europa, com 50 vencedores do prêmio Nobel, 27 primeiros-ministros britânicos e vários chefes-de-estado estrangeiros entre os ex-alunos, a Universidade de Oxford decidiu remover a estátua do colonizador Cecil Rhodes do espaço público e colocá-la em um museu. Os funcionários da instituição votaram a favor da retirada da homenagem após a pressão de manifestantes antirracistas.
Os estudantes que lançaram a campanha “Cecil Rhodes must fall” (“Cecil Rhodes deve cair”, em tradução livre para o português) comemoraram essa primeira vitória depois de terem o pedido ignorado por cinco anos. A Universidade tinha medo de ofender seus generosos financiadores privados. Os ativistas avisam que permanecem em alerta e não vão parar de pressionar até a decisão ser concretizada.
Os diretores de Oxford também anunciaram o estabelecimento de uma comissão independente de investigação sobre as questões levantadas pelas ações desse imperialista do século XIX. Ele acreditava na superioridade da raça branca. Após sua morte, esse ex-aluno de Oxford havia deixado parte de sua fortuna para a universidade.
Esta campanha e a de #BlackLivesMatter parecem começar a mudar as coisas: duas grandes empresas, o banco Lloyd’s de Londres e a rede de bares Green King, estão prestes a pagar uma compensação por antigos laços com o tráfico de escravos.
O Lloyd’s assegurou muitos navios negreiros, e um dos fundadores do Green King, dono de plantações, possui um histórico de campanha contra a abolição da escravidão. Ambos os grupos pediram desculpas publicamente e anunciaram doações significativas para agências de apoio a minorias étnicas.
Retirada de estátuas escravocratas das ruas de São Paulo
Em São Paulo, a primeira e única deputada negra e trans do mundo, Erica Malunguinho, protocolou na Assembleia Legislativa do estado um projeto com o objetivo de retirar bustos, estátuas e monumentos erguidos em homenagem a figuras históricas ligadas à escravização do povo preto. Com isso, a parlamentar pretende eliminar de espaços de uso coletivo qualquer homenagem prestada pelo poder público a esses personagens. Conforme a proposta, o material deve ser recolhido e ficar restrito a museus.
Com informações do UOL

Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.