especial
O jornalismo ocupa uma função basilar na sociedade e é urgente pensar como ele tem sido usado como instrumento de reprodução de esteriótipos deteriorativos.
O jornalista e cofundador do Ceará Criolo, Bruno de Castro, explica que as empresas de comunicação têm uma dívida histórica com o povo preto por, há séculos, perpetuarem estereótipos depreciativos.
Tanto quanto o Estado brasileiro tem por, desde o começo dos tempos, negar a esse mesmo povo preto o acesso a direitos básicos.
Repórter e editor do Ceará Criolo
A vida do povo preto não se resume a à experiência do racismo. Podemos ser o especialista que fala sobre impeachment, projeção econômica, cenário eleitoral e as inúmeras outras variáveis que compõem a vida de qualquer pessoa.
As redações de jornal ainda são majoritariamente brancas e femininas. A representatividade preta (e masculina e LGBTQI+ e pobre e indígena) tem que aumentar.
Quando no 20 de novembro, as reportagens alusivas à Consciência Negra se resume a sobre como pessoas negras superam o racismo, a narrativa continua sendo o racismo.
Permanece-se na agenda negativa. Essa é mais uma lógica perversa de estereotipar as negritudes. E o povo negro é muito mais que racismo e traumas.
É urgente que comunicadores, jornalistas colaborem para a inversão dessa linha editorial redutora da a população negra. Se pode enaltecer uma iniciativa preta de sucesso, enalteça. 20/11 é sobre isso.