Está aberta até 22 de abril a convocatória para o projeto ELO: Memória e Afeto. Assim, interessados podem enviar para análise fotos de famílias negras, indígenas ou mestiças de Pernambuco. As imagens serão selecionadas para compor uma pesquisa e exposição fotográfica cuja centralidade é a preservação das memórias afetivas dessas famílias enquanto fontes históricas e de expressão cultural da população negra. O resultado da curadoria será divulgado em 28/4 e as fotografias publicadas no Instagram.
Realizado pelos pesquisadores, artistas audiovisuais e graduandos em Cinema pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Beatriz Lins e Rafael Nascimento, o ELO tem incentivo da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Cultura do Governo do Estado e da Fundarpe.
Quer inscrever foto? .
Cada participante pode inscrever apenas uma foto. Por meio de uma curadoria, o projeto selecionará até 20 fotografias para compor a exposição, que será realizada em outros espaços virtuais e físicos além do Instagram. Não há restrição de tempo nem de formato para as fotos. Elas podem ser digitais ou analógicas. Os registros devem ser de acervos familiares ou pessoais e ter pessoas negras ou indígenas como protagonistas das imagens.
HISTÓRIA
De acordo com o pesquisador Rafael Nascimento, a primeira ideia do projeto era de realizar ensaios fotográficos, o que foi impossibilitado pela necessidade de distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “A gente estava desenvolvendo atividades, pesquisas e outros roteiros e tivemos que fazer algumas adaptações”, revela.
Daí a ideia de a iniciativa ser desenvolvida a partir do acervo fotográfico das pessoas, refletindo suas vivências e experiências afetivas. A proposta é que, ao falarem de si, as famílias tragam suas subjetividades e narrativas, transformando a estigmatização das representações da população negra na mídia hegemônica e em outros espaços, possibilitando que o amor e a afetividade também sejam enxergados nessas famílias como em quaisquer outras e também em forma de resistência política.
Nesse contexto, surgiu a convocatória e curadoria de registros familiares e pessoais. “Acho que acontece um sentido duplo. Tanto individualmente o participante vai fazer essa ação de olhar para a sua família e relatar o porquê essa fotografia representa essa afetividade, essa vivência afetiva dessa família que traz essa memória, e ao mesmo tempo a gente se propõe a construir isso de forma mais ampla juntando essas diversas fotografias de diversas famílias com diferentes relatos. Então vai criar a exposição a partir desse mosaico, uma construção maior”, explica Rafael.
Para a pesquisadora Beatriz Lins, “lidar com a memória é também uma forma de prolongar o afeto, uma forma de acalentar o espírito coletivo”. Ela afirma que na ideia dos ensaios as subjetividades viriam muito a partir da visão de quem está organizando o projeto, das pessoas que estão se propondo a fazê-los. Com a adaptação por conta da pandemia, as subjetividades têm mais possibilidades de vir com muitos outros olhares.
“Revisitar essas fotos e memórias, e falar sobre elas com amor, com afeto é uma forma de nos fortalecer também. Vivemos numa sociedade estruturalmente racista, somos agredidos de diversas maneiras e por isso acreditamos que falar de nós e dos nossos com carinho e respeito, principalmente nessa conjuntura que estamos vivendo, é uma maneira de contribuir com a nossa resistência”, explica.
O formulário de envio de fotos será encerrado às 23h59 do dia 21 de abril. Para outras informações, é possível utilizar o e-mail: projetoelo.pe@gmail.com. Para acompanhar o ELO: https://www.instagram.com/projeto.elo.pe/.
SERVIÇO
Inscrições abertas para o projeto ELO: Memória e Afeto
Até 21 de abril: clique aqui.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
1 – Podem participar integrantes de famílias negras, indígenas e mestiças do estado de Pernambuco.
2 – A fotografia deve ser do acervo familiar ou pessoal da pessoa participante.
3 – A autorização e responsabilidade pelo envio da fotografia é exclusiva de quem a envia.
4 – Cada participante pode enviar apenas UMA (1) fotografia de sua família.
5 – Serão selecionadas até 20 fotografias no total.
6 – As pessoas com imagens selecionadas receberão um cachê simbólico (no valor de R$ 50,00) pela utilização da fotografia para exposições do projeto Elo.
7 – O projeto Elo terá exposições virtuais e físicas (sem previsões em função da pandemia).
8 – O aceite das condições acima autoriza os pesquisadores do projeto a utilizarem as fotografias exclusivamente para este projeto sem custos adicionais.
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O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.