A Defensoria Pública do Estado (DPCE) inicia na próxima segunda-feira (31/8), às 14 horas, formação continuada sobre racismo estrutural e Sistema de Justiça. Uma vez por mês, de agosto a novembro, a instituição promoverá uma mesa de debates on-line, gratuito e aberto a interessados pela temática.
A transmissão acontecerá pela plataforma Google Meet e haverá certificação aos participantes. Quinze vagas em cada mesa serão destinadas à sociedade civil. Interessados devem inscrever-se previamente enviando e-mail para escola.superior@defensoria.ce.def.br com nome, telefone e e-mail.
A mesa de abertura é intitulada “Conectando histórias sobre racismo estrutural” e contará com a participação da advogada Deise Benedito, especialista em relações étnico-raciais e gênero, e a doutora em Antropologia Social e professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Vera Rodrigues.
Também participarão da discussão a defensora Mariana Lobo (supervisora do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas da DPCE) e da ouvidora geral da Defensoria e membro do Movimento Negro Unificado, Antonia Araújo. A mediação será feita pela diretora da Escola Superior da DPCE, Patrícia Sá Leitão.
A previsão é de que o debate tenha até três horas de duração. Com ele, a Defensoria pretende capacitar defensores e colaboradores sobre um assunto tão importante para quem lida com populações em extrema vulnerabilidade, como é o caso da DPCE.
“Nós queremos construir uma atuação combativa de enfrentamento ao racismo interna e externamente. Fizemos isso durante o período de isolamento social, promovendo quatro debates on-line e vamos dar continuidade a essa proposta por sabermos que a prática racista precisa ser desconstruída todos os dias e não apenas em decorrência de datas específicas”, afirma Patrícia Sá Leitão.
Nos encontros dos próximos três meses, a Escola Superior da Defensoria colocará em pauta questões como acesso à Justiça, direitos humanos, raça, mulheres negras e controle social. Participarão dos debates defensores, defensoras, lideranças negras, pesquisadores dos temas e gestores públicos do Ceará e de outros estados.
O QUE É RACISMO ESTRUTURAL
O conceito de racismo estrutural explica o modo como determinadas sociedades são estruturadas em benefício de uma etnia e detrimento de outra. Ou seja: a cor da pele é fator preponderante (mas não o único) para um indivíduo ter direitos assegurados. No Brasil, os brancos são etnia privilegiada, com acesso a serviços de qualidade, bons salários, formação profissional adequada etc, enquanto as demais etnias, notadamente a negra, maioria da população, é mais vulnerável e alijada de direitos, inclusive os mais fundamentais.
SERVIÇO
MESA “CONECTANDO HISTÓRIAS SOBRE RACISMO ESTRUTURAL”
QUANDO: 31 de agosto, a partir das 14 horas
ONDE: Google Meet, em link a ser disponibilizado aos participantes
INSCRIÇÕES: escola.superior@defensoria.ce.def.br



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