Durante o século XVII, uma rainha na África tirou o sono de governadores portugueses. Foram três décadas de regência, mantendo o reino independente diante de muitos ataques europeus. A rainha Jinga chegou ao poder graças à bravura militar, à manipulação habilidosa da religião, à diplomacia bem-sucedida e à notável compreensão da política. Assim, governou o Ndongo, um reino da África central localizado onde hoje é uma parte do norte de Angola.
Essa história é retratada no livro “Jinga de Angola – a rainha guerreira da África” (Editoria Todavia, R$ 89), lançado em janeiro no Brasil. A autora, Linda M. Heywood, é professora de história e estudos afro-americanos na Universidade de Boston e explica que apesar dos feitos extraordinários e do reinado de décadas, ela foi difamada por contemporâneos europeus e escritores posteriores, que a acusaram de ser uma selvagem incivilizada que encarnava o pior do gênero feminino.
“Na época, os europeus a retrataram como uma canibal sanguinária que não hesitava em assassinar bebês e trucidar seus inimigos. Acusaram-na também de desafiar as normas do gênero ao vestir-se como homem, liderar exércitos, ostentar haréns de homens e mulheres e rejeitar as virtudes femininas de criar e cuidar dos filhos. A vida de Jinga continuou a ser vista principalmente como uma curiosidade”, destaca.
O livro revela a vida completa e complexa de Jinga, com foco nas questões de poder, liderança, gênero e espiritualidade.
Para comprar o livro: https://todavialivros.com.br/livros/jinga-de-angola
Rainha Jinga em quadrinhos
Em 2014, a Unesco lançou a série “UNESCO Mulheres na história de África” com o objetivo de dar luz a uma seleção de figuras femininas da História de África. E a rainha guerreira de Angola está entre elas, inclusive com uma história em quadrinhos.
Quem quiser conferir a publicação, basta acessar https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000230931.

Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.
