O maior perfil literário do Brasil não pertence a uma celebridade, a um homem branco ou a uma ex-BBB. É de um menino negro, nordestino, soteropolitano e fissurado na cultura geek/nerd que vem o exemplo.
Adriel tem apenas 12 anos e se viu numa ascensão meteórica após a Internet partir em sua defesa diante da viralização de um ato covarde de racismo que sofreu. Antes dono de uma conta tímida de Instagram, ele soma hoje 761 mil seguidores.
Nos 20 minutos nos quais esse texto estava sendo escrito, o perfil dele ganhou mais de 3.000 pessoas. Um exemplo prático do quão queridinho do mundo digital o garoto se tornou.
Nessa sexta-feira (29/5), ao alcançar os 500 mil seguidores, ele disse: “ainda estou em choque, mas muito grato por todos vocês que fizeram e estão fazendo um sonho se tornar realidade”. O post tem 153 mil curtidas e quase 12 mil comentários.
O perfil de Adriel tem pouco mais de um ano. E, até o momento, apenas 12 postagens (uma das quais dedicadas ao sucesso repentino), todas com pelo menos 80 mil curtidas depois que a história do baianinho ganhou o mundo. A conta é monitorada e, diante da imensa repercussão do caso, o garoto já ganhou até assessoria própria para continuar no que se propôe: “leio livros e faço resenhas.”
Famosos e instagrammers literários de grande visibilidade já seguem o garoto e dedicaram a Adriel palavras de força. “É muita gente querendo o seu bem. E uma das melhores coisas é que você vai poder compartilhar o seu amor pelos livros para mais de 500 mil pessoas. Que outras crianças tomem você como exemplo e entendam o poder de transformação da leitura! A leitura é uma ferramenta incrível de empatia, Adriel, e você já aprendeu muito bem isso”, postou Pedro Pacífico (o @book.ster).
NOTA DO AUTOR
O Ceará Criolo opta por não publicar as ofensas ditas ao garoto e que suscitaram na repercussão do caso para não dar ainda mais visibilidade a quem não merece e a um episódio tão negativo e traumático.
Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.
1 comentário
Parabéns Adriel pelo carinho com os livros. E que olhar lindo!!