Depois de participar do EP “Amor”, de Milton Nascimento e Criolo, o pianista pernambucano Amaro Freitas, considerado uma revelação do jazz brasileiro contemporâneo, lança, em junho, seu terceiro trabalho, Sankofa. O álbum classificado como uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil negro.
Sankofa é um símbolo Adinkra – conjunto de símbolos ideográficos dos povos acã, da África Ocidental -, que representa um pássaro com a cabeça voltada para trás. Quando se deparou com ele em uma bata à venda em uma feira africana no Harlem, Nova York – bairro historicamente palco de grandes pianistas do jazz como Thelonius Monk e Art Tatum -, Amaro compreendeu a importância do significado e fez dele o conceito fundamental para o novo álbum.
“O símbolo do pássaro místico, que voa de cabeça para trás, nos ensina a possibilidade de voltar às raízes, para realizarmos nosso potencial de avançar. Com este álbum, quero trazer a memória de quem somos e homenagear bairros, nomes, personagens, lugares, palavras e símbolos que vêm de nossos antepassados e comemorar de onde viemos. “, comenta ele.
O primeiro single, Baquaqua, destaca a história raramente contada do africano Mahommah Gardo Baquaqua, que foi trazido para o Brasil como escravo, mas fugiu para Nova York em 1847, onde aprendeu a ler e escrever. Sua autobiografia foi publicada pelo abolicionista americano Samuel Moore e hoje é o único documento conhecido sobre o comércio de escravos escrito por um ex-escravo brasileiro.
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