Após o governador Camilo Santana (PT) sancionar a lei de cotas, o Ceará terá o primeiro concurso público da história do estado com vagas destinadas exclusivamente para pessoas negras. As inscrições estão abertas no site da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O edital prevê 5.581 vagas para a área assistencial e 419 para a área administrativa, de níveis médio e superior. Desse total, 20% serão para candidatos(as) negros(as) e 5% para pessoas com deficiência em todos os cargos que ofereçam cinco ou mais vagas.
Para acessar a política afirmativa, o(a) candidato(a) precisa se autodeclarar preto(a) ou pardo(a) no ato da inscrição, conforme critérios de classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos(as) serão avaliados(as) por uma comissão de heteroidentificação.
Assessora Especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais do Governo do Ceará, Zelma Madeira afirma que a aplicação de cotas torna o serviço público menos monocromático e é um instrumento de combate ao racismo estrutural.
“A gente ganha com o diálogo com a sociedade, porque o movimento social é atendido na sua solicitação. A gente ganha quando diversifica e traz uma contribuição e o conhecimento que essas pessoas têm e, nesse caso, específicos da saúde. Eu estou muito contente e quero parabenizar a iniciativa da sáude porque é um setor importantíssimo para nós e, por fim, pode contribuir para tornar mais efetiva a política de saúde da população negra no nosso Estado”, afirma Zelma.
Já a diretora-presidente da Fundação Regional de Saúde (Funsaúde Ceará), Josenília Gomes, acredita que “a partir do momento em que a gente está pensando um modelo de gestão em que se trabalhe a horizontalidade dos processos e a redução dessas hierarquias, a política de cotas agrega um valor enorme.” Para ela, “quando agrega cotas, você agrega diversidade, e quando agrega diversidade, você agrega possibilidade de criatividade. Assim, temos várias visões sobre o mesmo processo, sobre a mesma forma de fazer.”
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