O perfil do romancista brasileiro se mantém praticamente o mesmo desde a década de 1960, de acordo com a pesquisa do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB). O homem branco, hétero e da classe média ainda figura maioria dos títulos no mercado editorial nacional, que tem apenas 2,5% dos autores não brancos.
Nos últimos dez anos, porém, esse padrão tem sido quebrado por novos escritores e autores consagrados que ganharam mais espaço. Por isso, preparamos uma lista com dez livros desses romancistas que você precisa ler!
Não vai mais lavar os pratos
Escrita por Cristiane Sobral, a obra reúne 123 poemas que abordam o processo de resistência e descoberta da própria das mulheres pretas desde a sua criação até o dia a dia.
Insubmissas lágrimas de mulheres
Conceição Evaristo leva a sororidade a um outro nível neste livro. Não à toa, o termo ganha um novo nome: escrevivência. A autora fala sobre afetos, solidariedade e motivações das mulheres, principalmente mulheres negras.
Desde que o samba é samba
A obra de Paulo Lins narra a formação de um dos principais pilares da cultura popular nacional, que nasceu da mescla das músicas burguesas com as trazidas da África pelos negros escravizados.
A escravidão no Brasil (Como eu ensino)
O historiador e professor Joel Rufino dos Santos traz neste livro relatos e notícias do contexto da escravidão no Brasil para mostrar como a sociedade e os governantes se portavam diante dela, além de ilustrar como esse momento ainda reflete de forma cruel e danosa até hoje.
Olhos d’água
Outra obra de Conceição Evaristo que também traz a história de mulheres pretas. Natalina, Cida e Davenga representam as mulheres negras que fazem parte de nossas famílias, são nossas referências e estão presentes em nosso cotidiano. A obra venceu o prêmio Jabuti de 2015.
Quando me descobri negra
A obra de Bianca Santana aborda a angústia da sensação de não-pertencimento, assim como o fardo que vem com a descoberta da negritude. Mas também nos fala a respeito do orgulho e alívio que são gerados quando nos “tornamos” negros.
Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis
Jarid Arraes reuniu 15 mulheres pretas notáveis e suas histórias em cordéis. São elas: Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.
Assim na terra como debaixo da terra
De autoria da primeira e única bicampeã do Prêmio São Paulo de Literatura, Ana Paula Mia, é um livro de terror cuja história se passa em um presídio isolado da população em um local conhecido historicamente por torturar e assassinar negros escravizados. Um carcereiro entediado decide promover uma caça esportiva no lugar.
O sol na cabeça
Giovani Martins traz nesta coleção de contos a cidade do Rio de Janeiro diferente do que contam os clássicos da Bossa Nova. O escritor aborda o cotidiano violento que sofre a população negra carioca, com histórias sobre crianças, jovens e adultos que tentam não virar estatística.
Rastros de resistência: Histórias de luta e liberdade do povo negro
Reis, rainhas e amazonas que lutaram com toda a força ancestral por seus territórios na África e foram esquecidos na história são resgatados por Ale Santos nesta obra.
Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará, foi repórter no Grupo de Comunicação O Povo. Comentarista do programa Último Tempo, na webrádio Cruzamento da turma da UFC de 2017.2. É formada em balé clássico pela Escola de Ballet Janne Ruth. Gosta de ficção científica, um bom romance clichê e é apaixonada por futebol, super-heróis e arte.
1 comentário
Muito bom e sobretudo exclarecedor.
Gostei muito !!