Desenvolver um Guia de Fontes com pesquisadores, artistas, pensadores e outros profissionais negros e negras foi a proposta do publicitário Marden Fraga e dos jornalistas Wolney Batista e Mara Rebouças. Assim nasceu o Pautas Negras, um catálogo de fontes virtual, disponibilizado gratuitamente na internet.
O intuito é dar visibilidade a questões inerentes ao povo afrodescendente e evidenciar especialistas negros nos mais variados temas. Com essa ação os comunicadores planejam ajudar os profissionais de comunicação a encontrarem fontes confiáveis de informação.
As fontes estão agrupadas nas categorias Política, Cultura, Juventude, Gênero, Religião e História. O site é atualizado continuamente e é possível colaborar com sugestões pelo e-mail pautasnegras@gmail.com.
Comunicação e Igualdade Racial
O Pautas Negras surgiu como Trabalho de Conclusão do Curso Abdias Nascimento – Comunicação e Igualdade Racial, realizado pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) durante os meses de agosto, setembro e outubro, com encontros semanais.
Segundo Wolney Oliveira, em alguns momentos, ao longo do curso, participantes queixaram-se da abordagem negativa feita pelas grandes empresas de mídia diante de temas que envolvem a população negra. “A crítica é legitima. No entanto, trabalho em uma redação e sei que também há uma grande parcela de profissionais interessados em fazer uma cobertura jornalística adequada”, pondera.
“O site pode ser relevante ao auxiliar esse jornalista de duas formas: primeiro, indicando fontes que tenham propriedade para tocar em determinados assuntos para os negros. Segundo, dando visibilidade para especialistas negros que podem contribuir de forma diferente dos não negros em variados eixos como economia, saúde, educação, cultura, gênero”, destaca.
Para Mara Rebouças, foi importante participar do Curso Abdias Nascimento pela abertura para as temáticas referentes a desigualdades, além das relacionadas ao povo afrodescendente, que por questões históricas sofre todas as formas de negação e invisibilidade. “Sou mulher. Sertaneja da zona rural do Vale do Jaguaribe. Nascida em Jaguaruana, distante 180 quilômetros de Fortaleza. Bisneta de negra que infelizmente não se reconhecia negra. Filha de agricultor, que felizmente se reconhecia agricultor. Conheci o preconceito contra negros, pobres e matutos sertanejos. Presenciei minha família paterna negar as raízes afrodescendentes, salvas pelo meu pai, que na sua simplicidade e sinceridade reconheceu por toda a vida o que de fato somos”. afirma a jornalista.
Conheça o Pautas Negras
Site: https://pautasnegras.wixsite.com/site
Facebook: https://www.facebook.com/Pautas-Negras-2302543933093379/
Instagram: https://instagram.com/pautasnegras
Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.