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Ser antirracista é um estilo de vida não uma tag
Opinião

Ser antirracista é um estilo de vida, não uma tag

Bruno de CastroBy Bruno de Castro5 de Agosto, 2020Updated:11 de Agosto, 20201 comentário7 Mins Read
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Esta não é uma resposta à antropóloga Lilia Schwarcz. Nem de longe tenho a pretensão de estimular a cultura do cancelamento. Escrevo só para algumas coisas sobre antirracismo ficarem às claras. Ou melhor: às escuras, já que a proposta é colaborar com a melhora o debate público, ainda às voltas em questões tão elementares. Vamos lá, então.

Black is King 4

Em alguns, talvez, cause choque o que vou dizer: ser antirracista não é fazer post lacração com a tag do momento. É isso também. Mas não somente. Antirracismo é ter hábitos e discursos coerentes. Porém, se você é branco, fica o alerta: mesmo que seus hábitos, discursos e posts lacração sejam coerentes, ainda assim, ser antirracista não vai te tornar negro. Você vai continuar sendo branco.

Isso me leva a dizer que, sendo branco, você vai continuar não sofrendo racismo. Mesmo sendo antirracista. Ou seja: a cor da sua pele vai continuar chegando aos locais que você frequenta antes de você. E você vai permanecer beneficiado pela lógica que abre a porta da frente para brancos a dos fundos para quem tem pele escura. É assim há séculos.

Ser antirracista, por mais simpatizante e apoiador que você seja da causa preta, não te dá o direito de dizer como negros devem contar a própria história. Você, branco, decide como você, branco, narra a história do seu povo. O povo branco. A história do povo preto é o povo preto quem decide a melhor forma de contar. Por mais incrível que isso possa parecer a você, antirracista branco, nós, pretos, temos cognição suficiente, de sobra, eu diria, para estruturar uma narrativa nossa. Uma narrativa preta, coerente com a nossa trajetória, valores e afetos.

Também não cabe a você, branco antirracista, se prontificar a falar no lugar de pessoas pretas. Mesmo que o assunto em questão seja relacionado ao universo negro que você tanto diz reverenciar e respeitar. Só um preto entende de falar de negritude. Se pretende emitir opinião sobre alguma etnia, faça isso. Mas sobre a sua. A branca. De preferência, emita uma opinião honesta sobre como ela é privilegiada e se sustenta às custas da exploração das demais.

Por mais estranho que lhe pareça, posicionar-se socialmente como alguém antirracista, caro branco leitor, não faz de você alguém espiritualmente evoluído ou merecedor de um busto em praça pública. Na verdade, perdoe ser tão direto, mas você não faz mais do que sua obrigação. A humanidade precisa, sim, de paz e reparação para o povo mais explorado e exterminado da história. E esse povo é o preto, não o branco. Nunca o branco. Sem a negritude, o mundo sequer seria mundo. O Brasil nem existiria.

E digo mais: mesmo que você, branco antirracista, seja um exímio pesquisador da formação dos povos ou de movimentos migratórios ou de genética ou de qualquer outro componente do indivíduo negro, entenda: sua formação, seja ela acadêmica ou na lida da vida, não te credencia a dizer que um preto – especialmente uma mulher preta – pratica o antirracismo da maneira certa ou errada. Porque, afinal, o que é certo e o que é errado quando quem diz o que é certo e o que é errado sobre negritude é uma pessoa branca que, como já ressaltei, nunca soube nem saberá o que é sofrer racismo?

Você, branco antirracista, se tem mesmo a disposição de ser antirracista, precisa entender que não se critica uma mulher preta sobre o antirracismo dela não por ela ser inatingível. Longe disso. Na verdade, é justamente por ela ser a mais atingida, todos os dias, veja só, pelo racismo que beneficia você, branco. É a mulher preta, em todas as suas variações de cor e identidades, que está na mais baixa camada da tal pirâmide social, cujo topo é ocupado pelo homem branco da “família tradicional brasileira”. Ou seja: muito possivelmente, branco antirracista, você, que lê esse texto, está no topo da tal pirâmide social. E a sua presença lá oprime existências diferentes da sua. A existência negra, por exemplo. Impede a ascensão de quem está ao rés do chão.

Se o ataque ao antirracismo for a um antirracismo praticado por uma mulher preta milionária, eu devo te dizer da mesma forma, branco antirracista, que o ideal mesmo seria você silenciar. Ficar caladinho, sabe? Desmerecer a militância dela só prova o quanto o lugar que ela ocupa te incomoda, mesmo você se dizendo não-racista. Porque mesmo você sendo antirracista o que te disseram uma vida inteira foi que negros são violentos, preguiçosos, malandros, fogosos e tantos outros estereótipos couberem na composição de uma figura que amedronte.

Apontar, então, que uma mulher preta milionária se contradiz ao ser antirracista é, primeiro, não aceitar a presença dela num espaço branco (o da riqueza, como se nós, negros, só pudéssemos ser pobres) e, segundo, sugerir que, por ser rica, essa negra não sofre racismo (e, por isso, não tem lugar de fala). O que não é verdade. Os ataques a ela (e a qualquer negro com alguma amplitude de voz) aumentam conforme a visibilidade. Colocar o capitalismo como pano de fundo para criticar o ato antirracista dessa negra milionária é só um jeito de dizer que a luta dela tem menos “valor” e, consequentemente, contribuir para reforçar o sistema atual, de brancos intocáveis e negros morrendo pelo racismo estrutural.

Mas é exatamente o percurso que essa/e negra/o traçou até chegar ao que tem hoje que a/o credencia a criticar o sistema, já que ela/e trabalhou infinitas vezes mais para conseguir a mesmíssima coisa que uma branca-padrão conquista em tão pouco tempo. Do amor à fortuna.

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Entenda: a representatividade primeira a ser questionada é a branca. Sempre a branca. A sua. Porque há milênios é ela que é construída a partir da exploração de outras etnias. E só se sustenta assim até hoje por causa disso. Por isso, eu convido você, branco antirracista, a fazer o seguinte exercício: em vez de bater na reação de uma mulher negra ao sistema, avalie primeiro o que gerou a reação dela. Ou seja: o sistema. Avalie o sistema. Desenhando: questione esse ideal que colocam na nossa cabeça de sermos brancos, europeus, machistas, falocêntricos, católicos, heterossexuais, eternos jovens, misóginos e, principalmente, anti-negros.

Ser antirracista nada mais é do que você, branco antirracista, ter consciência de que não sofre racismo e a obrigação de lutar ao lado dos negros para desconstruir essa ideia burra e ultrapassada de que negros são uma raça inferior. Ou que temos todos as mesmas oportunidades e tudo é uma simples questão de alcançar o status de “cidadão de bem”, essa figura tão controversa ultimamente.

Ser antirracista é você, branco antirracista, compreender que sua etnia mata todas as outras todo dia, o dia todo, para continuar como a etnia suprema, mais inteligente, mais bem sucedida, mais merecedora de todas as glórias do mundo, enquanto a tristeza, a miséria, a solidão, o fracasso e o isolamento figuram no imaginário como agouros das demais, que, como tanto te disseram uma vida inteira, não lutaram o suficiente pelo sucesso.

Ser antirracista é um jeito de viver. E só uma tag de rede social não abarca o tamanho disso. A negritude é imensa, plural, colorida e rica. Pare de enxergá-la somente pela ótica da sua vida ou pelos likes do Instagram. Isso empobrece o debate. E tem outro nome, que não militância. Chama hipocrisia.

bb
Bruno de Castro

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.

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