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Home»Ancestralidade»Revolta dos Malês, o dia que abalou o Império
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Ancestralidade

Revolta dos Malês, o dia que abalou o Império

Rayana VasconcelosBy Rayana Vasconcelos25 de Janeiro, 2019Updated:26 de Janeiro, 2019Sem comentários5 Mins Read
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A Revolta dos Malês foi um levante de negros ocorrido na cidade de Salvador, na Bahia, que aconteceu na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835. O termo malê vem de imalê, que significa “muçulmano” no idioma Iorubá, e se refere aos 600 africanos de origem islâmica que realizaram a revolta, pertencentes às etnias nagô, hauçá, mandingas, mandês, fulás, ewes (jejes). Os nagôs tinham o costume de registrar grande parte dos acontecimentos, e as anotações encontradas viraram documentos para entender os motivos e circunstâncias do levante. Tendo como religião o Islã, eles liam e escreviam em árabe.

Desde o inicio do século XIX, sucessivas rebeliões negras já se manifestavam na Bahia (1807, 1809, 1813, 1826, 1828 e 1830), envolvendo grupos de diversas etnias africanas. Os malês, neste caso, representavam os povos alforriados muçulmanos no contexto urbano do Brasil pós-independência, no qual, entre escravizados, mestiços e alforriados, a população afrodescendente compunha 78% da população de Salvador. Na época, era proibida qualquer tipo de manifestação religiosa que não fosse cristã e os praticantes da religião muçulmana eram discriminados e tinham suas mesquitas constantemente destruídas.

“Os pretos investiram contra reforços enviados a batê-los tão desesperados e embravecidos que só cediam na luta quando as balas os prostravam em terra; e durou o combate algumas horas, ficando fora da ação 50 negros, inclusive os que fugiram atirando-se ao rio de Joannes onde pereceram afogados, e três que preferiram enforcar-se a cair em poder das tropas legais.” (Caldas Brito, sobre o Levante de 1813)

Nos dias que antecederam o levante, já havia uma intensa movimentação, sobretudo de escravizados vindos do Recôncavo Baiano (Brotas, Ipitanga, Itapoã) para Salvador para unir-se ao líder Ahuma, que havia sido preso e estava sendo brutalmente castigado. Além disso, o respeitado Alufá Pacífico Licutan, preso em pagamento de uma dívida de seu Senhor, também se encontrava detido na Cadeia Municipal. É certo que as agressões sofridas por esses dois mestres foi o estopim para por em prática a revolta há muito planejada. As principais lideranças malês eram também Luís Sanim, Manoel Calafate, Dandará, Sule e Dassalu.

O plano era que, na manhã de 25 de janeiro de 1835, mês sagrado do Ramadã para os seguidores do Alcorão e dia de Nossa Senhora da Guia para os cristãos baianos, a insurreição partisse do bairro da Vitória e seguisse para Itapagibe, conquistando as terras e matando os brancos no trajeto. Nesse dia, a maioria da população iria para a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, esvaziando o centro da cidade e facilitando a execução da revolta. Os rebeldes sairiam das casas de seus senhores supostamente para pegar água nas fontes públicas, onde parte deles se reuniria e, em seguida, incêndios seriam disparados em diversos pontos para distrair a atenção da polícia. O objetivo, então, era a libertação dos escravizados de religião islâmica, confisco dos bens e morte dos brancos, mestiços (mulatos) e crioulos (negros nascidos no Brasil) e, por fim, a tomada do governo.

Entretanto, na última hora, a rebelião foi denunciada ao governo português e a polícia invadiu, ainda na noite do dia 24, a casa de Manuel Calafate, na Ladeira do Praça, um dos locais de encontros e reuniões de africanos de fé islâmica. Resistindo, partiu dali um grupo que tentou assaltar a cadeia onde estavam os líderes Ahuma e Pacífico, na época instalada na parte baixa do prédio da Câmara Municipal. Outro grupo procurou alertar escravizados e alforriados malês que trabalhavam nas residências de cônsules e comerciantes estrangeiros. Reuniram-se cerca de 50 a 60 homens armados com pistolas, lanças, espadas e facas que combateram com a polícia e atacaram o quartel que controlava a cidade. A partir daí, de forma desorganizada, a Revolta tomou a cidade, mas, devido à inferioridade numérica e de armamentos, acabou sendo massacrada pelas tropas da Guarda Nacional, pela polícia e por civis armados que estavam apavorados ante a possibilidade do sucesso da rebelião negra. Morreram cerca de 70 negros e aproximadamente 10 soldados das forças repressoras na batalha final que aconteceu em Água dos Meninos, área portuária da região. Os que sobreviveram foram presos e condenados à deportação (para seus países de origem na África, algo até então inédito no Brasil), a castigos brutais ou à pena de morte. O período que sucedeu o evento foi de generalizada e cruel repressão contra os africanos libertos e escravizados, que se estendeu à perseguição de outros malês. O temor provocado pela rebelião foi tamanho que a corte imperial proibiu a transferência de qualquer escravo baiano para qualquer outra região do país.

Mais que sobre o poder de fogo do regime monárquico português, a Revolta dos Malês serve como exemplo de como a articulação do povo negro africano interferiu, a longo prazo, na desestabilização do sistema escravocrata brasileiro, pois a população diaspórica NUNCA aceitou passivamente a condição de escravo e sempre resistiu, ainda que constantemente barrada por um sistema perverso e truculento que insistiu (e insiste) em subjugar a sua fé e a sua cor para reforçar sua estratégia de dominação. Uma prova disso é a orientação abolicionista desses levantes, que pretendia não só protestar contra a imposição do catolicismo como única possibilidade de manifestação religiosa, mas também desfazer a estrutura escravocrata vigente na época. Ao contrário do que os seus senhores brancos poderiam imaginar, os africanos participantes da revolta se aproveitaram de sua situação enquanto “escravos de ganho” – em que tinham a possibilidade de circular pela cidade e entrar em contato com outras formas de vida social e, quando alforriados, podiam desempenhar uma variedade de atividades urbanas como pedreiros, sapateiros, alfaiates, barbeiros, etc. – para estreitar laços e planejar o levante.

Rayana Vasconcelos
Rayana Vasconcelos

Na Astrologia acadêmica, é Comunicação Social com ascendente em Publicidade em Propaganda. Lua em Design Gráfico (sol também). Trocadilhos à parte, busca refazer (desfazendo) os caminhos da diáspora negra através dos mares profundos dos afrossaberes.

história intolerância racismo religião revolta
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