Fortalecendo a música autoral cearense em tempos de pandemia, Luiza Nobel canta o amor com o lançamento de “Estamos bem”, primeira música da carreira e primeiro single pro projeto #PretaPunk. Luiza celebra sobretudo a possibilidade de seguir criando. A música é resultado de um laboratório de criação da escola Porto Iracema das Artes e tem produção da cantora e compositora carioca Mahmundi.
“Estamos bem” traz vivências de afeto entre mulheres que se apoiam mesmo cada uma enfrentando o pior. Cheia de atravessamentos e de negritude, a canção fala da busca por sentir-se bem. Com inspiração estética nos anos 2000, Luiza constrói o universo visual de “Estamos Bem” com as artistas Marissa Noana e Dhiovana Barroso e as Terroristas del Amor. Apesar de não ter sido composta no período da pandemia, a canção é atual por trazer a necessidade mais urgente e comunitária: ficarmos bem.
A obra foi construída a partir de intercâmbios pelos quais a cantora explora questões relacionadas à aceitação do corpo, relações amorosas e reflexões enquanto mulher negra. Luiza busca em Elza Soares, Yzalú, Tássia Reis, MC Carol e Mahmundi inspirações para seu trabalho.
“A música, em geral, atualmente, é muito ligada à Internet. Vemos lançamentos na Internet sempre. O que difere é o pós”, diz a cantora. “A gente imaginava fazer uma turnê ou show de lançamento, para chegar ao público, mas, agora, é impossível. Mesmo assim, quero pensar nisso como uma oportunidade de abraçar as pessoas nesse momento. Que essa mensagem possa chegar a outras pessoas”, deseja Luíza.
SOBRE LUIZA
Cantora, compositora, atriz e leonina, entregue ao olhar de quem a escuta, Luiza Nobel foi uma das contempladas a integrar a edição 2019 do Laboratório de Música da Escola Porto Iracema das Artes e vencedora do Festival de Música da Juventude de Fortaleza no mesmo ano.
Em 2015, foi idealizadora dos projetos “Pérolas Negras”, com Adna Oliveira, concerto com repertório que exalta a negritude através de canções consagradas na MPB. Em 2016, integrou o show ‘Negra Voz’, com uma proposta similar, juntamente com outras três cantoras negras cearenses.
Com seu show solo “Baile Preto”, levou diversão, ancestralidades e denúncia ao Carnaval em Fortaleza em 2020. Ainda esse ano teve breve passagem por São Paulo onde fez show autoral, acompanhada do músico Zéis, no espaço Aparelha Luzia, intitulado como quilombo urbano por ser lugar que recebe arte preta no estado.
No fim final do ano passado, a cantora integrou o festival Elos fazendo a abertura de Elza Soares, além de ter sido uma das atrações do Palco Fortaleza, no Réveillon 2020 na capital.
Foto: Camila de Almeida
Jornalista. Alma de cronista, coração de poeta. Tem experiência em Assessoria de Comunicação. Apaixonado por futebol, boas histórias e fim de tarde.