O Festival Ajeumbó de Cultura Alimentar Afroancestral já tem data pra acontecer. Com o objetivo de promover o protagonismo das populações afroancestrais do Ceará por meio da gastronomia e cultura alimentar, a terceira edição do evento será realizada nos próximos dias 18 e 19 de outubro, no Centro Cultural do Cariri, no Crato (CE). A programação é do Mercado AlimentaCE com apoio da Secretaria da Igualdade Racial do Ceará (Seir).
O festival vai reunir experiências gastronômicas, shows, ações formativas, lançamento do livro “Mistura Quilombola” e apresentação da cantora Mahmundi. Durante dois dias, uma série de ações educativas, gastronômicas e artísticas apresentam ao público as tradições, saberes, diversidade e singularidade de grupos e comunidades tradicionais que compõem nossa população e história. A ideia é unir a proposta de afrocentralidade do evento à tradição do Cariri.
“É uma festa que valoriza a importância da gastronomia afroancestral a partir de um olhar feminista, antirracista, decolonial e afrocentrado” explica a diretora do Mercado AlimentaCE, Marina Araujo. De acordo com ela, realizar o evento no CCCariri é uma oportunidade de descentralizar o debate e fortalecer a cultura em rede. “Acredito que o fortalecimento ocorre principalmente ao entender que as culturas alimentares dos povos de terreiros e quilombolas mudam em cada região. Ao fazer essa pauta circular, fortalecemos as
diferenças tão ricas e valiosas dessa memória afroancestral do Ceará”, declara.
Zelma Madeira, titular da Secretaria da Igualdade Racial do Ceará, destaca a importância das tradições alimentares afroancestrais para gerar conexão e pertencimento dos povos e comunidades tradicionais. “O Ajeumbó é uma oportunidade de a gente conhecer e reconhecer toda a riqueza e potencialidade de uma diversidade cultural e étnica que os povos e comunidades tradicionais quilombolas e povos de terreiro utilizaram como estratégia e inventividade para poder melhor viver. Dentre as várias contribuições, a gente vai localizar as práticas culturais alimentares e elas vão trazer pra gente uma rememoração dos vínculos,
da pertença, do território e do local”, afirma.
Rosely Nakagawa, diretora do Centro Cultural do Cariri, fala sobre a importância da realização da programação no equipamento. “A origem dos quilombos na Chapada do Araripe se constrói através da definição de territorialidade, que incorpora o acesso aos recursos naturais disponíveis, adquirindo uma dimensão política e simbólica única. Podemos afirmar que a realização do Ajeumbó no Centro Cultural do Cariri é um grande encontro de celebração da coletividade, que carrega em seu seio a fartura do conhecimento da terra e de seus alimentos”.
PARA MAIS SOBRE CEARÁ, CLIQUE AQUI.
O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.