Conheci Monica Rambeau um pouquinho antes de vê-la na produção queridinha do Disney Plus, quando ela era apenas uma criança vivendo os anos 1990 em Capitã Marvel (2019). Não tinha ideia da potência que aquela garotinha se tornaria.
Pois bem. WandaVision mal começou e já está deixando os fãs de cabelo em pé com as reviravoltas da trama. No último episódio, por exemplo, Monica (ou melhor, Geraldine) teve mais destaque na série e deixou o público surpreso. Mas não vou dar spoilers.
Apesar de só ter dado as caras no Universo Cinematográfico Marvel (UCM) recentemente, Rambeau apareceu pela primeira nos quadrinhos ainda na década de 1980, em Amazing Spider-Man Annual #16, sob a alcunha de Capitã Marvel.
Com grandes acidentes nascem grandes heróis
Filha de Maria e Frank Rambeau, Monica ganhou superpoderes num acidente trágico. Um amigo da família, o professor Andre LeClare, pediu ajuda da moça para destruir um protótipo de um gerador de energia extra-dimensional. O projeto foi desenvolvido com o financiamento do ditador sul-americano Ernesto Ramirez, que entregou a tecnologia a Felipe Picaro, cuja intenção era usá-la para o mal.
Enquanto luta para conseguir o gerador de volta, Monica é bombardeada com energias extra-dimensionais, ganhando a capacidade de transformar o corpo em energia. E LeClare incentiva a moça a usar os poderes para combater o crime.
Entre os poderes e habilidades de Monica Rambeau estão: absorção de energia, imortalidade, capacidade de voo, superconsciência cósmica, disparo de rajadas de energia, invisibilidade, supervelocidade, mudança de aparência e duplicação de energia.
Uma Monica de muitos nomes
Rambeau é batizada pela imprensa como Capitã Marvel. Até então, ela não sabia da história por trás do título. Somente anos depois a heroína toma conhecimento sobre o antigo Capitão Marvel e decide manter o codinome como forma de homenageá-lo.
No entanto, o mais novo membro dos Vingadores, Starfox, desaprova o uso da alcunha do então amigo por Monica. Rambeau se sente pressionada e decide se chamar de Fóton. Pode parecer besteira, mas até nesse pequeno detalhe o racismo e o machismo aparecem. Afinal, qual o problema de Monica usar o codinome do tal super herói se ela era tão poderosa quanto ele?
E não para por aí. A vingadora ainda usa outras alcunhas porque outros super-heróis adotam nomes que Monica já estava usando. Quando Genis-Vell, filho do Capitão Marvel, ganha novas habilidades, resolve usar o nome de Fóton. Monica, então, muda para Pulsar. No relançamento da série Marvel Now!, na HQ Infinito, a heroína passa a ser chamada de Espectro sem nenhuma explicação aparente.
O codinome de um herói ou heroína é o cartão de visitas dele. É como ele fica conhecido pelo grande público. Mas, mesmo com os sucessos dos filmes, os quadrinhos de super-heróis ainda são um território desconhecido para a maioria, principalmente quando falamos sobre super heróis negros. Uma heroína negra não ter o direito de manter a primeira alcunha é indicativo de algo problemático.
Monica Rambeau tinha tudo (e merecia) ter mais protagonismo no UCM. Mas preferiram contar a história de outro jeito. De novo.
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Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará, foi repórter no Grupo de Comunicação O Povo. Comentarista do programa Último Tempo, na webrádio Cruzamento da turma da UFC de 2017.2. É formada em balé clássico pela Escola de Ballet Janne Ruth. Gosta de ficção científica, um bom romance clichê e é apaixonada por futebol, super-heróis e arte.