FOTOS: Luana Tayze (@luanatayze)
Quinze mil pessoas prestigiaram a primeira noite do festival Música Alimento da Alma (Mada), em Natal (RN). Com um line up principal majoritariamente negro, o evento viu Liniker, atração mais esperada da abertura, avisar de cara: “esse show é sobre excelência”. E foi. Em uma hora de apresentação, a cantora arrebatou o público do início ao fim.
Com um repertório que reuniu sucessos do começo de carreira, quando cantava com a banda Os Caramelows, até o mais recente álbum, Índigo Borboleta Anil, com o qual ganhou o Grammy e tornou-se a primeira travesti a receber a estatueta, Liniker levou a audiência à loucura especialmente ao interpretar “Oceano”, de Djavan.
A banda com a qual a artista agora apresenta-se é um show à parte. Os arranjos emocionam e acolhem a voz grave da cantora numa experiência visual e sonora difícil de ser superada na miscelânea que ela propõe-se a levar aos espectadores. Na pista e no lounge do Mada, um coro seguiu faixa após faixa cada palavra proferida pela artista, que se disse emocionada a voltar ao festival sete anos depois da estreia, em 2016, quando ainda dava os primeiros passos na carreira.
“Esse é um show pra celebrar a nossa potência”, declarou Liniker, fazendo uma multidão chorar e cantar “Sem nome, mas com endereço” acompanhada de instrumentistas negros e negras. Perto do fim de uma turnê de sucesso, ela celebrou o reconhecimento do trabalho por um público composto de gente trans como ela – visto que eram comuns travestis, transexuais e pessoas não binárias no festival.
Além dela, Matuê foi outro nome que incendiou a Arena das Dunas. O cearense trouxe para o palco os maiores sucessos e efeitos especiais nos telões que levantaram o astral da juventude que tomou de conta do estádio para ver o cantor, tido hoje como um dos principais artistas nacionais e representando o Brasil em prêmio internacional da MTV.
Autor de canções de crítica social e relacionamentos, ele fez a plateia vibrar com letras potentes num ritmo em franco crescimento no país (o trap). Hoje com 30 anos, Matuê lidera diversas paradas de sucesso nas plataformas de streaming, sendo hoje especulado para gravar até com Anitta.
A segunda noite do Mada, neste sábado (14/10) terá diversos artistas negros, dentre eles: Baco Exu do Blues, Margareth Menezes, BaianaSystem, Luedji Luna, Karol Conká e Urias. Confira a programação do festival para hoje:
PALCO CLARO / PALCO COCA-COLA
18h: Gracinha (PALCO CLARO)
18h40: Getúlio Abelha (PALCO COCA-COLA)
19h40: Terno Rei (PALCO CLARO)
20h50: Luedji Luna (PALCO COCA-COLA)
22h: Margareth Menezes (PALCO CLARO)
23h: BaianaSystem (PALCO COCA-COLA)
00h30: Baco Exu do Blues (PALCO CLARO)
02h: Karol Conká (PALCO COCA-COLA)
BAILE DA AMADA
21h: Baile da Brota + Rayssa Dias
22h: Brega Night Dance Club
23h: PAJUX
00h10: Elisa Bacche + Batuque de Mulheres e Coco de Rosa
01h20: Clementaum
02h20: JLZ
03h30: Urias
04h40: DK
PARA MAIS DE CULTURA, CLIQUE AQUI.
O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.
1 comentário
Pingback: Mada reúne 32 mil pessoas em duas noites de música marcadas pela influência negra - Ceará Criolo