Estão abertas as inscrições para a quarta turma do Conselheira 101, programa de incentivo à diversidade de gênero e étnico-racial nos Conselhos de Administração, Conselhos Consultivos e Comitês das empresas brasileiras. Por meio de encontros on-line e eventos presenciais, a iniciativa atua na ampliação do conhecimento de lideranças femininas negras e indígenas sobre o papel dos Conselhos e Comitês e amplia o networking das participantes com a comunidade de governança corporativa. As inscrições para o programa vão até 31 de março e poderão ser feitas através do link aqui.
Para participar, é preciso se autodeclarar negra ou indígena, ter dez anos de experiência e no mínimo de cinco de atuação em posição de liderança (cargo sênior). O processo de seleção, que acontecerá durante o mês de abril, se dará em duas etapas, sendo a primeira de avaliação de currículos e a segunda de entrevistas virtuais com as pré-aprovadas. Com início no dia 2 de maio, o programa terá 15 encontros virtuais de 1h30 de duração com executivos e conselheiros de grandes empresas, que compartilharam experiências e responsabilidades inerentes ao papel de conselheiro, formação e skills buscados, desafios e boas práticas de governança corporativa, entre outros. Ao final, é oferecido gratuitamente às participantes o curso “Temas Relevantes em Governança Corporativa”, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Idealizado por um coletivo de mulheres formado por Ana Beatriz Trejos, Ana Paula Pessoa, Elisangela Almeida, Graciema Bertoletti, Jandaraci Araujo, Leila Loria, Lisiane Lemos, Marienne Coutinho, Mayra Stachuk e Patrícia Molino, o programa, sem fins lucrativos, tem o apoio da KPMG, da WCD (Women Corporate Directors) Foundation, da Happy Eagle Consultoria de Executive Search, do IBGC e da Oliver Press.
Segundo dados do Censo da Gestão Kairós, especializada em Sustentabilidade e Diversidade, divulgados em 2022, mulheres negras são apenas 3% entre líderes nas empresas. Esse dado considera posições de gerência para cima – no topo, na cadeira de CEO, não há nenhuma. Quando se trata de Conselhos de Administração, onde a participação de mulheres é 16%, no recorte racial a representatividade é tão baixa que estatisticamente é traço. Esse é o cenário que o Conselheira 101 busca mudar, promovendo, além de visibilidade para as profissionais, awareness para o mercado.
“Desde o início do Conselheira 101, em 2020, já conseguimos impactar 62 executivas negras, sendo que 47% das participantes conquistaram posições em Conselhos e também Comitês de Assessoramento. Além disso, 50% tiveram, também, relevantes movimentações em suas carreiras executivas. Esse segue sendo o nosso objetivo, dar visibilidade para mais profissionais negras e indígenas”, declara Elisangela Almeida, cofundadora do Conselheira 101.

O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.