Autor: Bruno de Castro

Comunicólogo e mestre em Antropologia, é especialista em Jornalismo Político e Escrita Literária e tem MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Foi repórter e editor dos jornais O Estado e O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil. Atua hoje como assessor de comunicação. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação, o Prêmio MPCE de Jornalismo e o Prêmio Maria Neusa de Jornalismo, todos com reportagens sobre a população negra. No Ceará Criolo, é repórter e editor-geral de conteúdo. Escritor, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2020.

Esta semana, uma criança de apenas dez anos sofreu ataques racistas de um colega de sala em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, dentro da escola. Para além da questão sócio-étnico-racial, que por si só já é um completo absurdo, o caso ganhou repercussão pelo contexto político no qual se deu. O argumento utilizado no ataque a Ayanna foi: “Bolsonaro já ganhou e garantiu que vai resolver essa mistura. Se seus pais vierem falar merda, a gente mete bala.” A reprodução do diálogo foi feita pela própria garota aos pais, que de pronto acionaram professores e a coordenação do colégio. A solução:…

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No Brasil, 67% dos presos são negros. Isso significa que a terceira maior população carcerária do planeta tem cor e endereço. É das comunidades pobres de onde saem esses sujeitos de direitos historicamente negados, de deveres historicamente exigidos e de existência historicamente invisibilizada. Seja como vítima ou como autor de crime, é o homem negro quem prioritariamente consta nas fichas de delegacias e nos programas policiais. E esse índice de 64% só não é maior porque muitos desses detidos certamente sequer se enxergam negros, como tantos outros negros ainda “livres.” Dizer que nossos presídios têm detentos com perfil bem definido…

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