A Netflix confirmou entre seus lançamentos a série animada Mama K`s Team 4. A história traz quatro adolescentes que vivem em uma versão futurista de Lusaka (Zâmbia) e são recrutadas por um agente secreto aposentado para salvar o mundo.
A produção é de responsabilidade do premiado Triggerfish Animation Studios da África do Sul e da companhia da britânica CAKE. Os desenhos estão sob a batuta do artista camaronês Malcom Wolfe e a criação é da zambiana Malenga Mulendema, que em 2015 foi uma das oito vencedoras do Triggerfish Story Lab, um projeto pan-africano caçador de talentos apoiado pelo estúdio de animação da Cidade do Cabo e pela The Walt Disney Co.
A falta de desenhos com personagens parecidos consigo e com cenários que lembrassem o lugar de origem foram o combustível criativo de Malenga.
“Criando uma série de super-heróis que se passa em Lusaka, eu espero introduzir ao mundo quatro poderosas garotas africanas que salvam o dia de maneira engraçada e louca. Mais importante, eu quero ilustrar que qualquer um, de qualquer lugar, pode ser um super-herói”, disse.
Nesta fase, Netflix, Triggerfish e CAKE trabalham juntas para angariar outras escritoras locais e fortalecer o time criativo da série. “Além de dar às escritoras africanas uma plataforma global para serem ouvidas, temos o prazer de apresentar esta série que traz a incrível e única visão de Malenga à vida”, afirmou Melissa Cobb, vice-presidente da área responsável pelas animações originais do serviço de streaming.
A notícia por si só já é boa, nos anima pela iniciativa de fomentar a diversidade ao trazer adolescentes negros como protagonistas e a África como cenário, mas essa série vai além. Percebam que o protagonismo está não só na animação mas também por trás dela. Ao invés de outras pessoas falarem sobre o tema, é dado voz a quem tem propriedade e vivência.
É o povo preto falando para o povo preto sobre o povo preto. E isso faz toda a diferença. Isso é respeito ao tão famoso “lugar de fala”. Eis aí o grande acerto da Netflix.

Publicitária. Movida por decibéis, apegada ao escurinho do cinema e trilha o aprendizado de ser uma mulher preta. Trabalhou em agências de Fortaleza e Salvador ao longo de 10 anos. Hoje responde pela Mídia na Set Comunicação, house da Educadora 7 de Setembro.