No Dia da Consciência Negra e com os traços da personagem Milena, a Turma da Mônica homenageou a bailarina Ingrid Silva, que passa a fazer parte da galeria de Donas da Rua da História. Ingrid Silva revolucionou o mundo da dança contra o racismo ao tingir, com maquiagem do tom de sua pele, as tradicionais sapatilhas cor-de-rosa. Onze anos depois, em 2019, ela ganhou a primeira sapatilha no tom de sua pele, repercutindo sua força, voz e luta por todo o mundo.
A carioca iniciou no balé aos oito anos de idade no Projeto Dançando Para Não Dançar, na Mangueira. Depois do ensino médio, aos 18 anos, Ingrid recebeu um convite que mudou ainda mais sua vida. Em 2007, ela ganhou uma bolsa de estudos para o Dance Theatre of Harlem School, companhia de dança conhecida mundialmente, da qual é a primeira bailarina. Mostrando que sua dedicação não tem fronteiras, foi embaixadora cultural para os Estados Unidos ao dar workshops na Jamaica, Honduras e em Israel.
Ingrid é fundadora da EmpowHer NY, entidade sem fins lucrativos criada em 2017 que atua como um catalisador social e tem como objetivo estimular o diálogo entre mulheres para que rompam os paradigmas impostos pela sociedade e vivam de acordo com a própria verdade. Em 2020, durante as discussões do movimento Black Lives Matter, ela cofundou o Blacks In Ballet, uma rede digital que funciona como uma biblioteca, cujo objetivo é destacar bailarinos negros no mundo da dança e compartilhar suas histórias.
Em janeiro deste ano, Ingrid entrou em foco, mais uma vez, ao participar da Conferência Latina de Empoderamento e Desenvolvimento da Universidade de Harvard e ser reconhecida com o Prêmio Latina Trailblazer (pioneira latina) por suas realizações. A bailarina, que conseguiu seu espaço, tanto na dança quanto na luta por seus ideais, hoje está entre as 20 Mulheres de Sucesso no Brasil, segundo a Forbes.
A homenagem marcou a data na qual é celebrada a consciência negra, dia do assassinato de Zumbi dos Palmares, liderança quilombola que foi perseguida pelas autoridades portuguesas no final do século XVII.

O Ceará Criolo é um coletivo de comunicação de promoção da igualdade racial. Um espaço que garante à população negra afirmação positiva, visibilidade, debate inclusivo e identitário.